Ler, reler, reler, reler...

5 de janeiro de 2010

Eu que sempre achei lindo e desafiador interpretar as palavras, dando vida aos seus significados dentro do contexto em que estão inseridas, descobrindo infinitas possibilidades e os mistérios que estão por trás delas, às vezes necessito ser preciso, quase cirúrgico e muito limitado. Uma palavra errada muda o sentido de toda a frase. Uma frase errada muda todo o texto. O texto errado induz o leitor a outra interpretação não querida. Como se não bastasse a quantidade de fatores que podem induzir o leitor a uma interpretação diferente. O leitor é livre para interpretar da maneira que desejar, mas e quando queremos que o leitor sinta o que sentimos quando estamos escrevendo aquelas palavras? Dá um arrepio só de pensar em conseguir tal proeza.
Eu que já li uma única frase varias vezes só para poder entender todos os seus significados, e ainda assim não pude decifrá-la. Com o passar do tempo, percebo que o verdadeiro escritor é aquele que não deixa rastros do “ser”, fazendo com que o leitor imagine-o perfeitamente sem o conhecer. Devo dizer que ler reiteradamente não é defeito, ao contrário, até o que está claro pode ser lido novamente até que encontremos o sentido que queremos (ai está o defeito). Então cada novo texto pode ser tornar um novo vicio.
É por isso que anseio por textos que falem por si só ou por alguém me ajude a ler para poder entender, ao menos, a intenção do autor. Eu só sei ler alguns gestos e estou literalmente sem coragem para ser eu mesmo (esta me foi arrancada com o tempo). Continuarei lendo e acreditando nos sonhos...

O Lapso

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