Mergulho

6 de janeiro de 2010

Basta um sorriso de felicidade. Então tudo que era impossível tornou-se possível. As cores se avivaram e permitiram aquela sensação de surpresa. Como se o branco da neve torna-se o cinza da nuvem mais bonito. Mas era o mesmo cinza de sempre.
Naquele dia a piscina lhe chamava. Nem era o melhor dia para um banho, fazia muito frio e a noite passada arrancou algumas folhas, que agora descansavam na superfície cristalina, quase espelhada. A vontade do banho era maior do que o frio que sentira e mesmo sabendo das consequências que poderiam surgir, como alguma moléstia grave, após o banho, tinha certeza que ali repousava a sua felicidade. Adorava como a água preenchia todo o espaço a sua volta. Sem pressa e ignorando todos as pessoas presentes na casa e no jardim que cuidava com tanto carinho, vestiu seu traje e pensou: então darei meu mergulho sorrindo.
Claro que antes de mergulhar, teve que ouvir todo o tipo de indignação e mais, teria de vencer seu medo de se afogar e criar coragem para pular, ali estava o ultimo segundo antes da sua decisão. Queria alguém para lhe empurrar e então tudo seria mais fácil.
Sabia que em algum lugar, alguém havia de pensar como ele. Louco como ele e só assim feliz com ele. Sabia que o mergulho é essencial para se viver uma grande loucura.

O Lapso

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