Alimento Minh'alma.

24 de agosto de 2011

Faço das minhas palavras, docemente pronunciadas pelos cantos da boca, destoando aos ouvidos dos mais incrédulos, pequenas doses de um vício que procura suprir a falta de uma concatenação de ideologias. Uma autofagia que cada vez mais se torna impossível sustentar.
Consome a alma, a falta de contestações. Aquela, que tanto necessita das interrogações, não pode contentar-se apenas com pontos finais ou migalhas e segue na busca de outras palavras que promovam um acalanto capaz de prover um vazio criado por uma involução.
Falta o principal alimento, aquele capaz de manter em pé a vontade bela e ao mesmo tempo tão extraordinária de admirar, não que os demais alimentos sejam insignificantes, cada um deles atuam com perfeição a sua função, mas o principal seduz. Diferente de uma sedução física resistível, o que se preza em uma contestação e o que a faz irresistível é a forma como sua inteligência consegue formar uma razão imperceptível e impensável. A grosso modo, a sensação da descoberta do novo que ludibria ou anestesia a alma.
É como se faltasse a conversa com o próprio autor do livro lido, mesmo que apenas no imaginário. É simplesmente um sentimento indescritível de falta e encontro ao mesmo tempo, senão seria apenas mais um pedra pelo meio do caminho. Alimento minh'alma das mais divesas maneiras à procura do meu ser e do encontro dos meus fracos princípios que pouco sustentam minha autofagia. É indubitavelmente ininteligível e resta pena aos que se monstram na mesma situação.

"A gente não quer só comida
A gente quer comida
Diversão e arte..."

O Lapso

0 Reações: