Aperto e Aprendo

24 de março de 2013

É tão difícil suportar a saudade, ainda mais quando sabemos que é uma saudade só de coisas boas. É um aperto no peito que se traduz na falta que a pessoa faz ou dos momentos bons que ficaram na memoria com um gostinho de quero mais. Ao mesmo tempo é tão bom falar disso com uma leveza de uma brisa de outono. Mas de que adianta sentir saudade? Às vezes duas muralhas sólidas e duradouras se erguem em tempo recorde e entre elas um vazio que congela até o último fio de cabelo.
Os ventos que sopram de lá só trazem notícias que surpreendem, ao passo que confirmam o que já se sabia que aconteceria, contraditório por tudo que se acreditava ter vivido. Entre uma página ou outra dos vários livros que li, entre um ano e outro dentro dos meus vinte e quatro anos, nada disso ensina como viver o que virá. É assim que eu prefiro, aprender cada detalhe com a minha própria percepção a cada escolha, mesmo que está última não tenha sido feita por mim ou que ainda feita por mim seja a errada, o que não a deixa fora do conceito de escolha. Se querem a verdade, ainda não aprendi a lidar com a raiva, e a dor na alma se prolifera como um vírus indestrutível, é uma mágoa só, é um aperto e tanto, mas um dia aprendo, um dia ainda hei de aprender.


O Lapso

(escrito em abril/2012)

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