Fato Verídico

24 de abril de 2010

Sem pretensão alguma foi tomando conta do espaço que lhe fora reservado. No início era pouco, um cantinho qualquer que mal cabia toda a sua presença e isso não lhe faltava, sabia que seu aspecto e sua existência independiam de olhares. Transbordou e foi se espalhando por outros cantos com todo o seu encanto. Seduziu-me com toda sua singularidade sem mostrar seus vícios. Suas manias, por exemplo, só a tornavam mais visível e mais presente. Era a felicidade pela felicidade que suprimia todos aqueles pensamentos, vontades e defeitos de uma pessoa egoísta e calculista.
Ao fechar os olhos, se permitia imaginar sem os pés no chão, para não correr o risco de tropeçar. Sem medo do risco, seguia em frente com sua força de uma formiga. Então, apesar das saudades, dos versos escritos e da insistência pelo prazer, sabia que o sorriso era a única coisa que lhe tornava menos maquina e mais humano.
De olhos abertos o que lhe restara era uma voz que lhe atingia o peito e lhe tornava objeto inanimado ansioso pelas mais belas canções que nunca haveriam de chegar. Tudo havia sido preenchido por tantas coisas... e foi assim que aconteceu, fato.

O Lapso

"... Será que alguém saberá dizer..."

18 de abril de 2010

Quando alguma coisa acontece e eu não sei explicar o porquê, automaticamente me vêm a cabeça todas as hipóteses. Desde a mais complexa e impossível até a mais ridícula e improvável. As possíveis são tão sem graça que passam desapercebidas, cinzas. Temos a necessidade de complicar as coisas que deveriam ser mais simples (confesso que essa complexidade dá um “quê” a mais na nossa vida e faz com que a gente tenha prazer em pensar e viver). As mais mirabolantes são coloridas, mas não precisam ser necessariamente um arco-íris. Mesmo sem ter a certeza da cor, já me sinto mais leve só de pensar. Me sinto mais branco ou de uma cor só, até o cinza desapercebido. O que eu já sabia é que não tenho afiinidade para ser multicolorido. Já não sou mais o elo fraco que pensava ser, deixei de ser elo e não há corrente. Será que alguém saberá dizer quem é e o que é?
É tudo uma questão de identidade. Nada que o tempo não mostre a verdade, ele sempre faz. Vou apagando devagarzinho e com cuidado as imperfeições do meu desenho.
Como uma criança, feliz, quando recebe aquela revistinha onde se esconde uma figura que só será descoberta quando todos os pontos forem ligados. O que a criança percebe, desde o inicio, é que nem sempre é necessário ligar todos os pontos para saber qual figura se mostrará.

O Lapso

"Anotação nº 1"

12 de abril de 2010

Apenas a título de anotação, farei rápidos pensamentos no estilo tweet.

Ma(i)s o tempo passa, as mesmas esperanças. A única coisa que muda é a intensidade. A existência também é a mesma, única.
Aqui deixo a proporção Tempo x Intensidade. Quem é capaz de estabelecer uma teoria?