Em Escrito

27 de dezembro de 2009

Todas as palavras tem um motivo de estarem escritas aqui. São feitas da mais pura vontade, mesmo que não haja mais nada a se dizer, mesmo que durante e depois de todo esse tempo não tenha sobrado mais nada do que foi experimentado tão intensamente. É triste saber que a descrença tomou conta de tudo e que o sonho tornou-se apenas mais um sonho perdido. Os planos, apenas ideias vagas sem nexo. As feridas, apenas marcas doloridas.
É como se fosse um filme, daqueles tipo "sessão da tarde", visto mais de três vezes ou um filme bom que merece ser visto mais vezes. Cada cena uma lembrança, uma cor, um aroma, uma volta aos pequenos detalhes e a certeza de que mesmo sabendo do final, único, a esperança de uma mudança e das escolhas certas. Além de tantas outras, são essas as minhas boas lembranças: um pequeno quarto, uma cama de solteiro, uma pequena tv e uma sensação tão grande de conforto e aconchego. Ao mesmo tempo um quadro de aflição pendurado na parede para me lembrar que nem tudo são flores e que o gosto amargo é angustiante e duradouro. A certeza de ali ter vivenciado um pouco da loucura até a pura razão.
De todos os pedidos, de todas as vontades e de tudo o que aconteceu, não me cabe fazer mais nenhum julgamento. Errei ao faze-los e gostaria de compartilhar esse erro. A dor que me atormentou e a raiva que tomou conta, em muitas vezes, só serviram para consolidar essa indiferença mútua, que hoje tornou-se uma normalidade cruel. Eu nunca pedi por isso, mas assumi o risco. Sempre esperei ouvir aquela frase, e tive as melhores e maiores expectativas. Fui fiel aos meus princípios e leal a essência do meu ser. Tudo muito estranho e confuso, e dos males apenas a percepção de que devemos tomar cuidado com o que nos é dito (aqui cabe a maldade) e por quem (aqui cade a decepção). É uma lição que devo aprender. Por isso a dificuldade de confiar, de dar um passo a frente já pensando no próximo pé. A verdade pode estar exposta de diversas maneiras, mas a mentira é aquela dita e que nos deixa completamente cegos para a verdade.
O jardim não estava pronto para a primavera que viria e o verão chegou para ser o mais rigoroso inverno de todos os tempos. O vento que sopra a nossa vida não estava a favor, e como uma ventania, destruiu, sem permissão e repentinamente, a primeira flor que ali estava a brotar. Aqui nesse meu espaço não me resta vergonha ou orgulho, é meu lugar e das pessoas que procuram por ajuda, lugar das minhas palavras e dos meus pensamentos, mesmo que as vezes indecifráveis como agora. Posso estar enganado, e isso é totalmente normal e aceitável, mas a terra que restou ainda é fértil para o que há de vir e para ser achado, e aqui ainda cabe me questionar:
Todos podem errar (e de fato erram), por que não eu? Esse é o peso que carrego. E agora, é isso mesmo? (pausa para puxar todo o ar que consigo). Serão apenas palavras em escrito. Foram as minhas ultimas palavras de alimento. É a resposta que eu teria dado para saber se do outro lado é amor. Por que do meu lado eu sei o que é.

O Lapso

O Bosque Solidão...

20 de dezembro de 2009

Se essa rua
Se essa rua fosse minha
Eu mandava
Eu mandava ladrilhar
Com pedrinhas
Com pedrinhas de brilhante
Só pra ver
Só pra ver meu bem passar

Nessa rua
Nessa rua tem um bosque
Que se chama
Que se chama solidão
Dentro dele
Dentro dele mora um anjo
Que roubou
Que roubou meu coração

Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Tu roubaste
Tu roubaste o meu também
Se eu roubei
Se eu roubei teu coração
Foi porque
Só porque te quero bem

Rafaela N Franco

*(Se Essa Rua Fosse Minha - Cantigas Populares)

Up

17 de dezembro de 2009

Penso no futuro e nas surpresas que virão. Penso na velocidade das mudanças. O quão difícil será para me adaptar. Acho que já estou me preparando para algumas perdas. Sei lá... vamos seguindo, ao menos brincando de viver... passeando pelas ideias... e ver no que dá ao final. Nada disso chega a assustar, mas torna-se chato prever. Fruta que caiu, tenho que parar com isso. Estou respirando com mais tranquilidade e sem medo.


O Lapso

Edit: Imagino se o fim pode ser amanhã. Então voltaremos ao "carpe diem" ?! Se fosse somente isso seria ótimo. Se os problemas se resolvessem com palavras eu diria: "Fim!"
Sempre há caminhos a escolher... escolhas importantes a tomar e as vezes não nos é permitido voltar atras. Aqui vale a ideia maluca de que para voltar não precisa ser pelo mesmo caminho, apesar do novo caminho ser sempre mais distante. Das duas maneiras, a única coisa que posso deduzir: "que merda é essa?!" Tem algumas coisas que eu não sei lidar, mas aprendo rápido.

Fra(n)co

16 de dezembro de 2009

Por que tudo não pode ser mais simples? Por que temos que colocar dificuldades em tudo? Por que acreditar em alguma coisa é tão dificil hoje? Por que sempre ter de fingir algo que não quero ser ou fazer e ao mesmo tempo me censurar? Não sei. Quanto mais penso nisso, menos quero pensar.
O fato é que existe, sim, uma maneira de lidar com tudo isso. Só falta descobrir. Existem duas realidades. A minha realidade que nem aqui posso expor, e se tento não consigo ser exato ou inteligível, quem sabe compreendido, e a realidade que passo para todas as pessoas: "Estou vivendo feliz como qualquer outra pessoa. Estou vivendo o que há para se viver e o que posso aproveitar da vida." Essa ultima é tão fácil... e ao mesmo tempo uma mentira insustentável. Uma mentira que não necessita ser explicada. O que vale, aqui dizer, é que não precisa ser tão oposto. Consigo manter dois pensamentos distintos. O primeiro me diz: "Não seja idiota! Olha o que está a sua volta!! " e o segundo me diz: "Você não é isso. Você segue algo que as outras pessoas não fazem. Você se difere e se torna especial. Escapa de definições." Sinceramente, prefiro o segundo. Nem sempre é tudo isso apesar dos espelhos. Aqui cabe um comentário de uma pessoa querida que sempre me faz crer que o meu orgulho excessivo sempre me prejudica e que a minha forma de pensar preconceituosa e radical me transformam em pura sujeira. Bom... antes ter algo personalíssimo do que acreditar que "querer aparecer" é ter uma qualidade, quando uma qualidade se sobrepõe a qualquer aparência. Quem pode ensinar alguma coisa? Quem pode definir e conceituar coisas que nem sequer conseguem manter!!! Amizade é tão diferente do amor. Nem vou ousar dizer o que é o quê. De tudo, apenas o que posso dizer é que se o amor morre é porque não nasceu da sinceridade e na mais livre forma (se é que existe uma). O meu vive em algum lugar, mesmo que eu o tenha escondido no mais profundo dos oceanos.
Não menos importante e não mais suportável o sentir mais denso de todos. Apenas vulnerável e consumidor da dor.

Por favor, perdoe minha ignorância e grosseria.

O Lapso

Ps.: O óbvio não precisa ser dito. Apenas abaixo a cabeça e a balanço de um lado para o outro.

Sem título

15 de dezembro de 2009

Já não consigo mais enganar ninguém. Alguns até já notaram, mas estão cegos por outra beleza. Não sei se isso é bom ou ruim, mas se não descobrirA ainda é porque ainda carece de um ato explícito. Ao reler este primeiro trecho, me pareceu algo totalmente gay, então vamos mudar o rumo desse texto (risos meus) porque não gostei nada dele, mas não quero apaga-lo para que o resto do texto tenha sentido (mínimo pelo menos). Estou completamente engessado, escutando palavras que parecem uma corda amarrando minhas mãos e pés. Tudo sempre visto a distancia e tão perto ao mesmo tempo. Antes de qualquer coisa, sempre aquela aflição de pensar, pensar o contrário para tentar me enganar e poder enganar os outros. Mas quando me pego sem um plano de fuga, sem um plano "B", vejo como é dificil estar perdido sem saber o que fazer, à mercê do prazer de alguém. Sempre pendente para ser avaliado da pior forma possivel. Ainda dizem que não há hipocrisia em tudo isso, ainda mais que sou o primeiro a fazer uma avaliação completa. Defeitos, defeitos e defeitos. Claro, tudo no seu devido lugar se torna a qualidade desejada por todos. Eu não quero nada no devido lugar. Quem disse que não tenho vontade de fazer coisas impossíveis? É o que eu mais quero. Ai que vem um detalhe do começo do texto. Que coisa impossível será esta?
Talvez nunca tome coragem agora. Perdi toda ela tentando outras coisas impossiveis e que realmente me fizeram acreditar ser impossiveis. Me limitei totalmente. É só isso.

O Lapso

Balanço

3 de dezembro de 2009

A beira das férias universitárias e mesmo antes do fim do ano, resolvi fazer uma espécie de resumo de algumas coisas que marcaram o ano de 2009 e comentar um pouco sobre o futuro do blog. No início, a minha intenção era criar um blog em que todos os meus amigos tivessem a liberdade de poder interagir textualmente através de diferentes assuntos. Ao longo de quase 2 anos de blog, apenas algumas poucas pessoas se identificaram com a idéia e participaram, efetivamente escrevendo ou cedendo, com seus textos. Nunca tive a pretensão de fazer do blog um diário pessoal, mas também nunca disse que não poderia ser, exatamente o contrário, sempre disse que tudo era possível. Postei alguns textos impessoais, bem como muitos pessoais e assim continuarei a fazer. O meu estilo de texto, às vezes crítico, às vezes irônico e muitas vezes sentimental, continuarão a ser dessa maneira, salvo minhas alterações de humor. De logo percebe-se que gostei de ter criado o blog e que pretendo continuar a escrever como espécie de terapia. Algo que pode servir como um "suco de maracujá" para a minha essência digamos que um pouco inquieta e impulsiva. Desde já agradeço a todos os que leem meus textos e das pessoas que escrevem aqui, e mais, reforço o convite a deixar sua marca nesse blog em 2010.
Bom... quanto ao meu resumo do ano de 2009, posso começar dizendo que o meu ano novo (2008 - 2009) foi excelente e não espero que este ano seja melhor. Comecei o ano estagiando na empresa mais acionada que eu conheço (oi) e vivendo uma tranquila e comoda vida acadêmica. Até ai tudo dentro da normalidade que esperava. As aulas começaram e todo aquele contexto também (provas, estudo, saídas e amigos ...). Férias do meio do ano uma tranquilidade, até porque ainda estava estagiando, ou seja, apenas uns 5 dias contando com sábado e domingo. Antes do retorno das aulas, tive uma surpresa boa (que hoje fico na dúvida se foi boa ou não - mas ainda considero boa), preenchi meu tempo com uma pessoa que sempre foi e sempre será querida por mim. Enfim, não vou me alongar nesse assunto uma vez que se tornou algo que virou sonho para sempre. Nesse processo todo, perdi uma "suposta amizade" e ganhei outras. Aprendi que vingança e o ódio não são bem vistos e que a raiva é coisa relativa. Fortaleci algumas amizades e deixei outras ficarem mais distantes (talvez por minha culpa =/). Tomei uma decisão muito importante e acabei saindo do estagio para focar em um objetivo que, a meu ver, é a solução mais provável dos problemas futuros (espero ter sucesso). Alguns probleminhas, como de costume, se mostraram. Algumas soluções apareceram de repente. Algumas novidades nesse fim de ano e alguns pensamentos bons. Uma aflição antiga e já disposta em algum texto ainda se faz presente, mas tento não pensar nisso, algo do tipo por baixo do tapete. É isso ai, que venha mais um ano repleto de (.........) tudo. Despeço-me desse ano com esse texto pessoal, esperando deixar muita coisa com o ano que passou.

O Lapso

PS.: E como de costume um "ps" ao final do texto para dizer e reforçar um pensamento meu. Problema quem tem sou eu, mas sempre com uma mão estendida para os outros e com aquele sorriso no rosto dizendo: - Aqui, pode segurar que eu não vou largar... confie.
Amar nunca me fez mal e nunca fará mal a ninguém. Ame com moderação e na medida. Ame a todos porque o contrário me faz e me fez muito mal.

Doce Veneno

23 de novembro de 2009

Provoca arrepios,
do tipo que se adora,
viciante e irreal
verdadeiro apenas por causar dor.

Veneno controlado
não intoxica quando
Utilizado em doses homeopáticas,
É claro que, com certas advertências !

A dependência química
à substância será imediata, porém,acredite
Não adianta fugir
faz parte da vida experimentá-la

Esse veneno vem na forma de palavra
É também o mais forte que
Já tive a triste felicidade de conhecer.

É o mais antigo barbitúrico,
Já matou mais que qualquer doença
Virou crença e se banalizou.


São quatro letras
Um sentimento
Doce veneno
Experimente e você vai me entender.

OBS:Sugue todo o veneno de sua vida e depois expurgue.

Rafaela N Franco

Se Deus Existe

22 de novembro de 2009

Se Deus existe, ele está fazendo sua parte. Eu que nunca acreditei em nenhuma força divina, nem nessas coisas sobrenaturais. Tudo é apenas coincidência e para mim sempre será assim. É claro que pensamento positivo não faz mal a ninguém, muito pelo contrário, só faz bem. Não posso mentir e dizer que nunca desejei mal a alguém, mas chega uma hora que minhas sobrancelhas se contorcem numa expressão decifrável. Nem tudo são flores, se Deus existe, ele com certeza não é perfeito, assim como nós. A meu ver, nem tudo é coincidência, algumas coisas precisam de um pequeno empurrãozinho ou de uma ajuda. De um jeito ou de outro as coisas acabam tomando seu caminho, mas não seu destino. A palavra de Deus é lei. A palavra dos homens é lei. A palavra de um indivíduo é loucura. Loucos somos nós que acreditamos nas nossas próprias palavras e que construímos tantas teorias em cima disso. Existe um limite que eu chamo de "forçar a barra", espero não ter que chegar a esse (ridículo) ponto. Só consigo dar risada de mim e dos outros, o resto é resto.

O nosso destino é construir nosso próprio destino.

O Lapso

Inventando

Trata-se de inventar uma palavra.
Uma palavra que apague a realidade.
Uma palavra que transforme tudo em pura fantasia.
Perceba o quão egoísta é tudo isso.

Trata-se de inventar uma situação.
Uma situação que só existe na sua cabeça.
Uma situação que traz àquele conforto.
Perceba o quão falso é tudo isso.

Trata-se de inventar um futuro.
Um futuro que é imprevisível.
Um futuro que será o "bem".
Perceba o quão dissimulado é tudo isso.

Trata-se de mudar a história e não inventar as páginas em branco.
Do livro aberto, permito todos os rabiscos.
Só não permito que rasguem as páginas, não permito que apaguem o que já foi escrito, não permito a "fraude da invenção".

O Lapso

Alma Perdida

20 de novembro de 2009

Meus passos são leves, mas deixam pegadas. Curvas, voltas e retas tão (in) esperadas. Deito na cama, fecho os olhos e vejo todas as possibilidades de um sonho que, ainda, me seduz inteiramente. Doce veneno viciante e indomável. Será que os sonhos nascem para se tornarem meras possibilidades? Em meio a pensamentos incansáveis e involuntários, me perco. Ainda dentro de uma normalidade previsível. É como se eu tivesse que viver duas vidas. A vida que segue e a vida que para. Totalmente possível, mas cansativo/desgastante. A que segue anda a procura de um objetivo não tão distante, de um novo ser não tão diferente. A que para, para nos dias de tédio. Quem foi a pessoa infeliz que inventou os dias de tédio? É nesse momento que a alma se perde (ou se encontra para alguns). Boa parte de mim ainda é a mesma, mas alguma coisa mudou. Ainda não sei o que é, mas vou descobrir do meu jeito. O que não me falta é capacidade e crença.

O Lapso

"Fachada"

16 de novembro de 2009



Acho que mergulhei de vez

e quando esqueci de dar por mim

começei a sangrar por dentro e

eu não entendi mesmo quando tudo parou.

Porque não vejo calma ali em cima

nem mesmo a raiva que eu tentei fingir

e nem o sentido de que tanto precisei

cadê a vida que um dia enxerguei?

Aquela em que um dia eu tentei.

Aquela em que um dia eu me sufoquei.

Hoje não basta só me conformar

com a mesma dúvida e a mesma solução que já sei

nada mais me interessa do que foi dito e se escutou

e nada mais do que além do que já foi sentido e se apagou

eu sei que não vou esquecer assim,

eu sei que nunca vou esquecer assim,

eu sei que nunca vou esquecer, só não

me repita

do que isso se faz em vão.



*** créditos à Daniel Correia, autor do texto .

Rafa.

Carta

8 de novembro de 2009

Sophie,

Há algum tempo venho querendo lhe escrever e responder ao seu último email. Ao mesmo tempo, me parecia melhor conversar com você e dizer o que tenho a dizer de viva voz. Mas pelo menos será por escrito.
Como você pode ver, não tenho estado muito bem ultimamente. É como se não me reconhecesse na minha própria existência. Uma espécie de angústia terrível, contra a qual não posso fazer grande coisa, senão seguir adiante para tentar superá-la, como sempre fiz. Quando nos conhecemos, você impôs uma condição: não ser a "quarta". Eu mantive o meu compromisso: há meses deixei de ver as "outras", não achando obviamente um meio de vê-las, sem fazer de você uma delas.
Achei que isso bastasse; achei que amar você e o seu amor seriam suficientes para que a angústia que me faz sempre querer buscar outros horizontes e me impede de ser tranquilo e, sem dúvida, de ser simplesmente feliz e "generoso", se aquietasse com o seu contato e na certeza de que o amor que você tem por mim foi o mais benéfico para mim, o mais benéfico que jamais tive, você sabe disso. Achei que a escrita seria um remédio, que meu "desassossego" se dissolveria nela para encontrar você. Mas não. Estou pior ainda; não tenho condições sequer de lhe explicar o estado em que me encontro. Então, esta semana, comecei a procurar "outras". E sei bem o que isso significa para mim e em que tipo de ciclo estou entrando.
Jamais menti para você e não é agora que vou começar.
Houve uma outra regra que você impôs no início de nossa história: no dia em que deixássemos de ser amantes, seria inconcebível para você me ver novamente. Você sabe que essa imposição me parece desastrosa, injusta e compreensível; com isso, jamais poderia me tornar seu amigo.
Mas hoje, você pode avaliar a importância da minha decisão, uma vez que estou disposto a me curvar diante da sua vontade, pois deixar de ver você e de falar com você, de apreender o seu olhar sobre as coisas e os seres e a doçura com a qual você me trata são coisas das quais sentirei uma saudade infinita.
Aconteça o que acontecer, saiba que nunca deixarei de amar você da maneira que sempre amei desde que nos conhecemos, e esse amor se estenderá em mim e, tenho certeza, jamais morrerá. Mas hoje, seria a pior das farsas manter uma situação que você sabe tão bem quanto eu ter se tornado irremediável, mesmo com todo o amor que sentimos um pelo outro. E é justamente esse amor que me obriga a ser honesto com você mais uma vez, como última prova do que houve entre nós e que permanecerá único.
Gostaria que as coisas tivesse tomado um rumo diferente.
Cuide de você.

X

PS.: Parafraseando o escritor.

Conforto

28 de outubro de 2009

Como quando você chega de viagem, revendo todas aquelas coisas familiares, se sentindo novamente em casa, sem desmerecer ou desprezar o lugar de onde viera e as pessoas com quem estava, nada se compara a sensação de conforto que até o conhecido cheiro é capaz de proporcionar, porque é ali que sua segurança se perfaz, pelo menos é essa a primeira falsa sensação que temos e que é tão real quanto as nossas outras certezas. A única coisa que se aproxima dessa sensação, a meu ver, é o alívio, seja ele proveniente do que for. O dever cumprido, por exemplo, ou até mesmo menos do que isso, As vezes o conforto vem de onde menos esperamos, uma palavra que não deveria ser dita (ou que deveria), livrar-se de uma culpa mesmo que no fundo haja um desconforto, nada impede do conforto ser temporário, ou seja, dura até quando você se cansa de se enganar, de inventar "desculpas" e quem sabe historias. O importante é saber que na maioria das vezes fazemos de tudo para nos sentirmos confortáveis sem levar nada em consideração. Erro grave que até eu já cometi, mas sempre assumindo o que me cabia assumir, ou pelo menos procurando ver de outros pontos de vista. Faz um bom tempo que não me sinto confortável. Faz um bom tempo que não tenho sido eu mesmo.

Quero ser e estar feliz, mesmo que para isso eu tenha que sofrer primeiro.

O Lapso

Prelúdio

26 de outubro de 2009

Quero começar, ...
Quero voltar, ...
Quero continuar, ...
Quero escrever, ...
Quero falar, ...
Quero expressar, ...

Preciso pensar, ...
Preciso ouvir, ...
Preciso entender, ...
Preciso transparecer, ...
Preciso conversar, ...
Preciso ser, ...

Fazer do meu espaço um lugar confortável.
Fazer. Ação. Verbo.
Atitude.
Não encontro espaço.

Viver mais capítulos.
Reviver. Voltar.
Sonhar.
Sentir.

Citando o Orkut: "A paciência é a arte da esperança."

O Lapso

Ps.: =)
Espero textos melhores.

Em branco

17 de setembro de 2009

Já coloquei todos os curativos possíveis e conhecidos. Ainda sangra, seria no mínimo estranho se assim não fosse. A tempestade passou e a raiva foi embora com ela. A calma fora de mim (paz) não se confunde com o que se passa dentro (indiferença forçada), sim, há uma diferença visível. As perguntas são inevitáveis. As respostas já não me interessam mais (se verdades ou se mentiras) ou pelo menos tento não me responder já que não tenho as respostas. Os sentimentos? Guardei com carinho, porque são inesquecíveis e serão para sempre lembrados. Sou humano e sei que os outros também são. Isso me faz ser perdão, porque minha essência não muda, porque sou um só com apenas uma mascara, mas posso me adaptar a varias situações se assim por mim é querido. Isso me faz ser fraco e forte. Faltou amor da outra parte. Sobrou conflito da minha.

Agora é a minha vez de me acomodar e de não mexer mais nisso.
Enfim... a vida também é dura. Dura vida. Dura.

“Porque quando eu jurei meu amor eu trai a mim mesmo
Hoje eu sei, que ninguém nesse mundo é feliz tendo amado uma vez (uma vez)” Raul

Apenso: Não voltei a escrever. Essa é a parte 2, do ultimo texto, que não deveria ser dita.

"Chega de Saudade

Tem dias que eu fico pensando na vida
E sinceramente não vejo saída.
Como é, por exemplo, que dá pra entender:
A gente mal nasce, começa a morrer.

Depois da chegada vem sempre a partida,
Porque não há nada sem separação.
Sei lá, sei lá, a vida é uma grande ilusão.
Sei lá, sei lá, só sei que ela está com a razão.

A gente nem sabe que males se apronta.
Fazendo de conta, fingindo esquecer
Que nada renasce antes que se acabe,
E o sol que desponta tem que anoitecer.

De nada adianta ficar-se de fora.
A hora do sim é o descuido do não.
Sei lá, sei lá, só sei que é preciso paixão.
Sei lá, sei lá, a vida tem sempre razão." Vinicius

Complicated Love histories

11 de setembro de 2009

Não é de hoje a relação do ser humano com o amor. Há uma infinidade de músicas, poemas, livros e texto que retratam esse tema. Amar se tornou algo lindo, divino e obrigatório para a felicidade, entretanto, como tal sentimento ao mesmo tempo pode ser tão simplista ao ser carnal/físico na relação homem/mulher (ou outras variações desse gênero, homem- homem, mulher-mulher)?

A visão que apresento é apenas de uma tola leiga que acha que pode falar alguma coisa, mas não tem experiência nenhuma para se referi a um assunto de esfera tão complexa como esse. Então irei logo fazendo minhas advertências prévias; desconsiderem as opiniões aqui expressas pois, muito provavelmete isso não irá ajuda-lo(a) em nada e, muito provavelmente nem a mim ajudou.

Sinto que ao traduzi-lo em palavras não conseguimos abranger todos os significados inseridos no sentimento de : AMAR... do mais obvio ao mais sublime.

Delimitando então, partiremos para o amor no senido de namorados, paqueras, noivos e vertentes da categoria.

O amor me parece ser um sentimento doce, da brisa do verão, do cheiro da primavera, de orvalho na fazenda,algo agridoce e viciante. Um sonho recheado de felicidade estantânea, onde bastar estar junto do ser amado que simplismente o mundo parace melhorar.Uma ilusão prometida pelo cinema do “felizes para sempre” e do “amor eterno”. Quanta bobagem ¬¬

QUEM JÁ SENTIU ISSO ?

Nós auto-iludimos em relação a esse sentimento que deveria nós deixar “felizes para sempre”, se é que isso é possível. Quantas mentiras para no final tudo acabar em lágrimas?! Do que adianta amar alguém se o sentimento não é mútuo?

Me deparo sonhando com o príncipe encantado,pobre coitado, sendo ele tão perfeito quanto eu imagino duvido que escolheria a mim entre tantas outra reais “princesas”. Ele não irá vir pra te salvar do castelo cercado de perigos, então sugiro que aprenda a se virar sozinha pro seu próprio bem.

Se ao menos quem você gostasse , gostasse de você talvez tudo se resolvesse , mas... sempre haverá um empessilho para dificulatar, complicar e despedaçar o seu coração. Esqueça de seus amores platônicos e sonhos de menina, ou ao menos finja que esqueceu ...

Sofrer faz parte da cina dessa geração que cresce negando o amor puro,e excluindo os últimos das românticos. Desejo apenas boa sorte aos que ainda lutam contra a corrente da impessoalidade e da frieza.


“Quem sabe o príncipe virou um chato Que vive dando no meu saco Quem sabe a vida é não sonharEu só peço a Deus Um pouco de malandragemPois sou criança E não conheço a verdade Eu sou poeta e não aprendi a amar”

“When she was 22 the future looked bright But she's nearly 30 now and she's out every night I see that look in her face she's got that look in her eye She's thinking how did I get here and wondering why It's sad but it's true how society says Her life is already over There's nothing to do and there's nothing to say Til the man of her dreams comes along picks her up and puts her over his shoulder It seems so unlikely in this day and age"

Rafaela N Franco

Ela achava. Ele tinha certezas.

30 de agosto de 2009

Ela achava que ele era infantil. Mas era ela quem estava ali terminando pela 2ª vez pelo motivo mais infantil.
Ele acreditava que ela era mimada. Apenas teve a certeza disso.
Ela achava que ele era inseguro. Mas era ela quem estava ali mostrando toda a sua insegurança.
Ele era inseguro. Apenas viu que tinha razão em ser inseguro.
Ela achava que ele pesava demais as coisas. Mas era ela quem estava ali colocando e sentindo o peso nas suas costas.
Ele não queria mais sofrer. Mas ela não se importou com isso.
Ela achava que não era capaz de conseguir. Mas conseguiu terminar pela 2ª vez.
Ele tentava entender. Mas ela já entendia tudo (errado).
Ela achava que ele não conhecia ela. Mas ele já sabia o que iria acontecer naquele dia.
Ele, novamente, abriu sua ferida. Mas ela não é mais vitima (e sabe disso).
Ela achava que ela dava mais uma chance. Mas era ele quem dava.
Ele acreditava que ela poderia mudar. Mas ela nunca quis mudar.
Ela achava que tudo seria tranquilo. Mas nada nunca é tranquilo.
Ele acreditava que poderia resolver os problemas. Mas ela sempre fugiu deles.
Ela achava que ele estaria a disposição dela para todo o sempre. Ela vai descobrir que não.
Ele não mentiu para ela. Mas ela nunca acreditou nele.
Ela achava que os outros estavam errados ao dizer que ela complicava. Ele ficou em silencio.
Ele era feliz com ela. Mas ela nunca era feliz com ele.
Ela achava que tudo voltaria ao normal e que os dois seriam bons amigos. Ele já tinha a certeza que não.
Ele sabia que as mudanças iriam vir. Ela nunca viu isso.
Ela achava que os riscos estariam ali a vista das suas decisões. Mas ele sabia que era mais do que isso.
Ele deixou seu coração no chão da porta da casa dela com o mais breve adeus e chorou. Ela...

Ela achava.
Ele tinha certezas.

O Lapso

Ps.: O Blog e este escritor que vos escreve entra de férias forçadas até segunda ordem devido a motivos óbvios.

Um só desejo.

20 de agosto de 2009


Um olhar pode significar mais do que o quê se vê. Um sorriso pode significar mais do que a alegria. Um lágrima pode significar mais do que a tristeza. Um gesto pode significar mais do que um movimento. Como tudo isso pode significar menos do que o quê realmente é. Mas as palavras, ditas e principalmente não ditas, são precisas. Elas não podem significar, elas de fato significam. É essa certeza que eu procuro. São elas que respondem a todas as minhas interrogações. São elas que dão fim as minhas dúvidas. São elas que satisfazem a minha necessidade de desenvolver inúmeros pensamentos silenciosos. Existem pessoas que sabem lidar com as palavras, outras sabem lidar com pessoas, eu não sei lidar com nada disso. Tenho medo das palavras, principalmente das minhas. Tenho medo das pessoas, principalmente eu. Tenho medo da minha vontade silenciosa e da falsa calma que passo e principalmente da falsa satisfação. Medindo todas as palavras para não me sentir culpado. Palavras não convencem uma mudança repentina. Palavras para o passado já é o passado. Palavras para o presente não se faz presente. Palavras para o futuro serão criadas. Palavras que constroem devem ser almejadas. Palavras que de fato dizem o que é para ser dito, principalmente se verdadeiras e sem um segundo proposito. Não as palavras que não me satisfazem, as não ditas principalmente, e as que se escondem. Muito insatisfeito. Desejo a palavra compreensão. É o que eu desejo.

O Lapso

Vontade

13 de agosto de 2009

"Vontade dá. E passa. Controlar o grito, apertar a felicidade, conter a raiva é difícil, mas não é impossível. Ás vezes, somos obrigados a nos colocar em segundo plano. Aturar a vontade dos outros, tolerar aquilo que não é prioridade pra a gente. O desejo de fazer, de ser, de ter nem sempre podemos mostrar, porque simplesmente invade a vontade do outro. É verdade que pode ser bom, experimentar da vontade do outro. Se permitir enxergar sob outra perspectiva, pode até dá inspiração, pode fazer a gente aprender um bocado, pode livrar-nos de vários preconceitos e mitos. Mas não dá pra ser assim o tempo inteiro. Uma hora o grito escapole, a felicidade derrama e a raiva extrapola, chega uma hora que fica difícil demais, perto demais do impossível e é preciso demonstrar. Vai ter que ficar importante, em algum momento, a nossa vontade também e ela finalmente vai ser possível. Uma hora a gente vai querer que os outros nos aturem também."

Créditos pelo texto para uma autora que, por uma questão de privacidade, não colocarei o nome dela aqui. Praticamente furtei o texto sem o seu conhecimento. Peço desculpas desde já.

Fica então o meu elogio ao texto que, hoje, me foi muito pertinente. Muito bom!
Ps.: Ainda arquitetando, porém sem muito tempo.

Caixinha

5 de agosto de 2009

Tirei a nota de 20 da carteira para pagar o almoço. A figura do mico foi ficando cada vez mais distante em outras mãos. Na volta recebo um punhado de moedas de diversos valores. Mais tarde tiro outra nota da carteira, dessa vez uma onça foge rapidamente do meu campo de visão e na volta, para a minha não surpresa, retornam mais um punhado de moedas. Segunda,terça, quarta, quinta, sexta, sabado e o domingo. O que fazer com tantas moedas? Guardo todas elas. Coloco dentro da minha caixinha e cada vez que a pego nas duas mãos para pesa-la e percebo o aumento da minha força para segura-la, fico mais alegre. Fico alegre porque é dinheiro e todo dia o peso aumenta. Um dia a caixinha vai encher e não vai caber mais nenhuma moeda, e todas as que estavam guardadas vão voltar a ser uma onça ou outro animal impresso, vou trocar por uma nota e gasta-la novamente. Gosto de fazer analogias. Hoje pensei, assim como ontem. O pensamento de ontem foi para a caixinha. O de hoje também. Essa minha caixinha já não estava vazia. Há muito tempo eu já colocava pensamentos nela. Bem verdade que passei um bom tempo com a caixinha guardada. Achei que já não cabia mais nada, mas não consegui fazer a troca. Pensamentos não é o tipo de coisa que se joga fora. Não escoa. Já gastava muito de mim para segura-la. Muito peso para apenas duas mãos suportar. Descobri que mesmo a caixinha sendo pequena e ter apenas uma saida, é possível otimizar o espaço organizando os pensamentos nos seus devidos lugares, de preferencia nos cantinhos e na penumbra. Foi o que eu fiz. Consegui mais espaço. Foi só conseguir mais espaço que consegui mais pensamentos para colocar naquela caixinha. Percebi também que o peso não mudou, muito pelo contrário, apenas continua aumentando. E quando realmente encher? Não estou falando de moedas. São pensamentos. Pensamentos ruins porque os bons não precisam ser guardados, sem valor algum, porem com um fundo de verdade. Pensamentos que me deixam triste, mas que guardo para sentir o peso deles. Guardo só para mim, na minha caixinha, uma coisa só minha que de vez em quando eu deixo escapar. Para me lembrar sempre que eles existem e que ocupam espaço. Assim como conto as moedas para saber por quanto vou trocar, mergulho nesses pensamentos para tirar alguma coisa deles, mesmo que no final não saia nada. As vezes eu consigo extrair alguma coisa que preenche minha cabeça. Sou o meu proprio trocador e troco apenas o que quero. Como diria alguns: "É aquilo mesmo, e não muda nada!". Não muda nada. Um dia eu vou deixar de guardar moedas e não vou avisar ao trocador. "Sóu passatempo".

O Lapso

Metamorfose

2 de agosto de 2009

Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Muita coisa mudando. Estou tentando lidar com tudo da melhor maneira que é possível para mim. Chega uma hora que temos que definir um foco, seguir uma linha de raciocíonio e buscar uma motivação legítima, a minha própria. Estou nesse processo de busca. Atrás vejo mais uma etapa sendo concluída, sem modéstia, com devido louvor. Cresci e aprendi muita coisa, melhor, conheci muita coisa. Não acredito poder falar em evolução, algo diferente disso, algo como um passo para isso. Fico feliz.

...

Mais uma particularidade, ainda sem muitas conclusões, me faz ser pensamento. Icognita. Mas essa, passou rapidamente a não ser prioridade. Tem sua importância sim, obviamente, mas pode esperar um pouco para ganhar um pedaço dos meus momentos diversos. Algo que me deixa triste. Talvez seja por isso que estou fugindo.

O Lapso

Perfil

20 de julho de 2009

Por que não viver da praticidade? Por que teimar em ser aparentemente diferente, se quando ser igual é assumir a diferença? Ser prático não significa perder o tato, perder os sentimentos dos pequenos detalhes. Ser prático não significa pular etapas, visualizando um fim. Ser prático significa realizar. O problema é quando se é prático e apressado. Quando a paciência se esgota com extrema facilidade. A impressão que fica é o descaso, desleixo ou falta de vontade. Sou prático e ariano, para que pior! Vou direto ao assunto sem parodiar, sem brincar, sem a beleza dos que amam enganar. Depois de tudo abro o sorriso tímido e já espero, quem sabe, uma bronca, nem que esta venha apenas com um olhar ou um sorriso de volta. Quer resenhar? Quer dar risada? Me pegue de bom humor, não importa a situação ou o assunto, só é preciso saber que sempre é possível sonhar. Sou aparentemente normal como qualquer outra pessoa. Digo sim e não. Tenho raiva, como também tenho amor. Observo as particularidades de cada pessoa e traço um perfil, trato cada um diferentemente e como merecem ser tratados, mas até hoje não consegui definir o meu, não consigo me tratar. Será um processo constante? Sim. E as certezas? Temos que te-las. O cinto de segurança está lá para ser usado. Eu nunca usei por opção. Voltei das férias com novas idéias e velhos pensamentos que foram formados durante minha aprendizagem extra. Viva a diferença, salve a hipocrisia!


O Lapso

PS.: Prometi novidades e essas virão. Estou arquitetando.

Relapso

11 de junho de 2009

Meu erro reincide. Deve ser a minha mania de tentar encontrar algo bom nas pessoas, de tentar transformar, de querer ver tudo com outros olhos e não ser cego, mania que para alguns é teimosia. Mania infeliz. Eu sei, não houve erros dessa vez, houve apenas o erro. A presunção de que minha vontade seria superior ao meu desejo, de que minhas barreiras seriam tão fortes que não se rendessem a uma "palavra censurada". Se eu pudesse colocar a culpa em algo, faria sem pestanejar. Seria muito mais fácil dizer que a culpa é do outro ou que a culpa é "da bebida" ou até dizer "eu não queria". Como sempre tenho que reconhecer. Como sempre pedirei ajuda a qualquer anjo que tenha uma boa intenção e que possa me abençoar, me salvar. O pior é saber que eu consegui ser natural. Isso me corta o peito e dilacera tudo o que venho tentando construir. No fundo, realmente acredito que foi apenas um relapso. Acredito que tudo volta ao meu normal. Mas tenho pena daqueles que conseguem apenas fingir acreditar, um estranha lástima dos que vivem rastejando, cheio de veneno, sedentos por compaixão. Que irônico! Nem todas as barreiras caíram, ainda sobrou algumas que me fizeram perceber o quanto é fácil poder "palavra censurada". O que me resta agora é reconstruir todas as minhas barreiras o mais rápido possível e ir além, criando tantas outras. Estranhamente não é a mesma coisa. Acredito que minhas palavras valeram para mim. Mesmo assim continuo sendo um sonhador e continuo com minhas loucuras, erros e acertos. Continuo querendo o bem e fazendo o bem. Nunca o contrário. O peito sempre aberto, esperança.

A pergunta que fico me fazendo a cada segundo: "O que foi que eu fiz?"
A resposta que me dou a todos os segundos após: "Foi um passo em falso num caminho de pequenas pedrinhas..."
Quem diria que mesmo depois de tudo seria tão dificil me reconhecer!? E mesmo assim não conseguiu. Mesmo assim... o coração ainda é coração. Ainda bate, mesmo sabendo que deveria parar.

O Lapso

Considerações Sobre o amor

7 de junho de 2009

Salvador , Bahia- Brasil Abril- Junho 2009

Chapter 1
Considerações Sobre o amor


( Foto: Camacan- Bahia Ricardo M R Franco F)

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Cada colisão de pensamentos (diferenças*) causa fragmentos, que podem gerar pequenos estragos em todo o universo. O que determinará as conseqüências dessa colisão será o amor, não em sua amplitude e extensão, mas em sua capacidade de absorver a diferença, de perdoar, de ceder e de aprender com o outro.

O problema das diferenças é que a visão desse belo evento é apenas uma percepção parcial, obstruída pelo brilho de muitas estrelas (valores, sentimentos, preceitos e opiniões capazes de te ofuscar), planetas (incapacidade de ver através dos olhos do outro) e cometas (a pressa do tempo na finidade do dia). Porém, se você fechar os olhos e sentir com muita sabedoria descobrirá a existência de um rastro de energia que ecoa no meio de tanta informação. Perceberá, então, que esse eco é a magoa, frustração, carência e decepções criadas no outro espectador, por um ato ou pior, não ato (eco quase que imperceptível). É verdade que nem sempre esse eco está sob controle ou é fruto da sua culpa, mesmo assim você deve zelar pelo seu amor.

Ao mesmo tempo perceberá que uma rosa não é feita só de espinhos. Nos ecos ocultos desse universo também existe paixão, felicidade, força, coragem e encanto. Mesmo que ocultos na solidão do meu planeta sem você. A beleza e o fascínio pelo amado são como o reflexo da paisagem na margem de um lago. Mostram que a verdadeira beleza, ao mesmo tempo que transcende qualquer sensação, não ultrapassa o espelho d’água. O amor tem a capacidade única de aflorar o melhor, muitas vezes oculto em nossos corações. Ele traz esperança, te da força para lutar, da à mão quando você está prestes a desistir por tão pouco.
O amor também é capaz de modificar nossos sentidos e embriagar nossas idéias, de tal modo que cria raízes cada vez mais profundas. A sinceridade é elemento fundamental no amor, pois ele também é cumplicidade e confiança.


O amor é uma colisão de realidades que nasce involuntariamente e de repente já tomou conta de você. Não precisa ser real para ser amor, pode ser sublime como as idéias. Platônico em outros casos. Ele existe sem mesmo ser notado pelo ser amado, detentor de tamanha admiração. Assim como nasce intenso também pode se apagar em um instante. É como a morte de uma estrela, toda aquela expansão de euforia, felicidade e entusiasmo que de repente implodem sobre sua alma levando a um vazio, um buraco que parece não ter fim.

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Para essa colisão é necessário uma centelha especial, uma mágica, capaz de atrair mundos tão diferentes, tão únicos. Você encontra centenas de pessoas bonitas, simpáticas, inteligentes, extrovertidas, tímidas, engraçadas, porém, quantas delas são capazes de tocas seu coração com apenas um olhar ou um sorriso , e nada mais.

Muitas pessoas passaram por nossa vida como cometas, brilham intensamente e desaparecem no infinito, outras ,independente da distancia física, estão presentes a tal ponto que fazem parte de nossas galáxias . Como é galáxia, o amor, não tem fronteiras (está sempre em expansão), desconhece distância, ri do tempo, e continua com sua luz mesmo após o desaparecimento de suas estrelas.

* Diferenças, tantas, quem te disse que duas gotas d’água são iguais? Cada uma toca o solo carregada dos resíduos que acumulou em sua trajetória pelos céus. As gotas de uma chuva forte que tocam simultaneamente minha alma... Que se fosse escrita numa bela metáfora seria: “Como o chão tocado simultaneamente por diversas gotas num dia de chuva forte”. Mundo dos sentidos mundos das idéias.

Obs: A intensa utilização de parênteses é proposital, representa que cada idéia esta ligada a varias outras, como uma tempestade de idéias que tocam simultaneamente a alma e a consciência. Outra característica desse texto e minha, é a analogia, creio que ela permita transmitir idéias repletas de um significado mais intenso, repleto de sensação. Tenho tantas idéias, tantas, porém, demorei tanto a contribuir com esse blog. Estranho talvez, pois quero ser lembrado por minhas idéias, pelo que sou diferente dos outros, pelas características que me individualizam na primeira pessoa do singular. Talvez necessita-se apenas lançar as idéias num formato cruel que é um texto, cruel pois o “eu autor” (eu lírico) não pode interagir e mostrar o verdadeiro sentimento contido em cada palavra. Surge dessa forma um gap, suficiente para interpretações, que podem ser tão diferentes do seu significado idealizado. Talvez o sentido integral só seja alcançado do meu ângulo. (Cada Indivíduo sente mundo sob seu ângulo...mas, isso ai já é assunto pra outro post...Rs =] )

Ame sempre, ame muito, ame quem você quiser...

Ricardo Monteiro da Rocha Franco Filho




Você é os brinquedos que brincou, as gírias que
Usava, os segredos que guardou, você é sua
praia preferida, você é o renascido depois do
acidente que escapou, aquele amor atordoado
que viveu, a conversa séria que teve um dia com
seu pai, você é o que você lembra.
Juliana Gatts


Toda manhã na África, um antílope acorda e
levanta. Ele sabe que deve correr mais rápido
que o leão ou será morto. Todo dia na África,
um leão acorda e levanta. Ele sabe que deve
correr mais rápido que o antílope mais lento, ou
ele ficará faminto. Então, não importa se você é
antilope ou leão – amanheceu, comece a correr.
Provérbio Africano

Ferias

2 de junho de 2009



Tirei uma folga temporária da minha vida. Retorno ao normal quando parecer normal. Enquanto isso vou pelo caminho já criado, seguindo a rota. Não irei mais postar nada aqui que eu reconheça desconhecido.(não se assustem, leiam até o final), não quero mais falar disso. Morri. Renascerei. Já consigo ver o novo porque agora tenho base. Falta só o pulo (o mais dificil para quem está acostumado a ficar sentado, a dizer e não fazer e a tentar parecer, não ver o chão e pisar nas pontas dos pés). Para quem esperava mais um jogo com as palavras, tenho que sentir em dizer que não haverá mais, por agora. Somente vou indo pela madrugada, acordando de vez em quando para beber água. Já vai dar 6 horas. Vou virar zumbi e pensar alto a essa hora para tentar acordar alguém. Quem sabe um irmão gêmeo para compartilhar dos meus pensamentos e conhecer minhas angústias, perceber a complexidade das minhas idéias que parecem ser simples, e não me dou ao trabalho de explicar. Por que alguns pensamentos insistem em atormentar minha escrita? Por que continuo em resposta ao invés de partir às perguntas? Quem sabe um momento de silêncio seria o ideal. Vamos tentar. "Tô aqui pra tentar a vida. Vida bandida, matuta."

O Lapso

Xadrez

28 de maio de 2009

Ninguém fala explicitamente das suas fraquezas, e se assim o faz, é num entrelace de pensamentos, pretensões de uma expectativa futura. Não há o que dizer, ou você "quer parecer" ou você é. Então o avesso do avesso se torna apenas o avesso. As teses defendidas arduamente e com toda convicção de uma inocente criança se tornam palavras em um frágil papel, estranhamente amassado, e deixado de lado. Invariavelmente tudo soa como uma espécie de plano, muito bem arquitetado, e nunca faltou arte para isso. Por que me sobra a vontade de acreditar e me falta a realidade. Por que transborda e escoa, mas ainda assim é limpo. Por que sei e consigo ser o que quero ser. Por que os olhos são dois e milhões.


"Usar a Torre como peão definitivamente não é a melhor estratégia. A intocável Rainha esqueceu que, por uma razão, o Rei está do seu lado. O seu propósito é protegê-lo. Desta forma, em seu angustiante conflito com o Cavalo fantasma, deixou a sua missão de lado. Erro grave e quem sabe imperdoável. Aquele era apenas uma distração e veio preparado para se-lo enquanto o Bispo tinha a sua frente, desprotegido, o maior de todos. Pronto para cumprir sua ultima ordem. Ainda não é tarde, mas já houve um xeque-mate silencioso diante de um olhar. Não é tarde para um novo jogo e uma nova estratégia. Nunca será tarde*."

O Lapso

Identidade!

27 de maio de 2009



Não me julguem sem antes me conhecer, posso parecer previsível, mas se é isso que a minha imagem transmite então realmente nada em mim conseguirá entender... Sua visão limitada ignora o que há de mais importante no mundo, o implícito.

O olhar de nada irá te servir, sua cegueira na alma já não tem mais jeito e te fez me perder. Queria que tivesse outro modo de consertar e curar toda a dor a qual me fez sentir. Por que teve que ser assim?

Não sei se sou eu, se é o mundo, ou é apenas você. A insensibilidade da minha parte não irá melhorar nada, por isso reabro a ferida e me exponho mais uma vez à sua mira.
-Não atire. - lhe suplico...
Mas o poder está em suas mão, deleguei a ti minha última chance. A vida e a morte são parte desse jogo, porém, o objetivo é a felicidade ...

Rafaela N. Franco


*Demorei para fazer a primeira postagem mas acho que de agora em diante não será tão difícil continuar a expressar minha visão e minhas idéias. Me dêem uma chance para começar a falar e garanto que vou lhes cansar de tanto opinar ;)

Um Brilho...

25 de maio de 2009

Lembro daqueles programas de TV que mostram em alguns segundos o desabrochar de uma flor. Se vivesse em um mundo diferente e alguém me contasse que isso era possível, imediatamente o chamaria de louco: "Como pode algo tão lindo, algo que nenhum homem seria capaz de acompanhar, acontecer em poucos segundos?". Sim, a espera seria uma eternidade (ainda mais para aqueles que não tem paciência). Não seria possível parar no inicio e pular para o final. Toda mudança, toda evolução é valida e deve ser observada, apreciada. O quão bom seria se isso acontecesse em uma fração de segundos e a eternidade se transformaria em um bom piscar de olhos. Aconchegante até. Da memoria se extrai o inicio e o resto fica a cargo da percepção. ... sempre para melhor ... Minha testa, ora franzida, volta ao descanso. É na frente do espelho que finalmente encontro a diferença. Não é um espelho qualquer. A diferença é o normal. Nesse momento consigo formar na minha cabeça a minha própria imagem, sim, sorrindo, com uma especie de aura crescendo a minha volta a cada percepção de mudança, ganho. Um brilho mal polido.

O Lapso

Apenas gotas...

8 de maio de 2009

Gotas... um monte delas. Chuva. O que significa para mim? Nada de mais... apenas inicio do tédio, que perdurou durante uma semana e que ainda dura! O que significa para os outros? Impaciência no transito daqueles que ficaram horas parados no engarrafamento, medo daqueles que pensaram que poderiam perder seus carros ou serem assaltados, prejuízo daqueles que tiveram algo danificado ou que deixaram de ganhar, mas nada, absolutamente nada, se compara a angustia de ver sua casa despencando do barranco ou prestes a desabar por causa das rachaduras causadas por gotas... tão pequenas e insignificantes. O local em que você repousa das batalhas e das guerras diárias, o local que você tem certeza de que está seguro e pode baixar a guarda, o local da sua família, pra mim o local mais sagrado do que a própria igreja. Nada se compara a vida perdida daqueles que ficaram presos nos escombros ou daqueles que foram engolidos pela água. Assim como as gotas se unem para formar a chuva e dessa forma causar, junto com vários outros fatores, desastres e dor, nós podemos ser gotas para melhor. Deixo aqui a mensagem implícita para que cada um reflita no que pode ser melhor.

O Lapso

Calou-se

4 de maio de 2009

É assim... as palavras voam... a simulação de um pensamento... uma constante... pensamentos errados... vida passando... tempo acabando... o velho dia a dia... compromissos e afazeres... tudo do bom... tudo de bom... o transito da vida... um pouco de mentira... um pouco de verdade... nada a perder... tudo a ganhar... amar para sempre... odiar até o resto da vida... musica que toca os ouvidos... barulho sem igual... idéias e mais idéias... o poder do esquecimento... s saudades cortante... o friozinho na barriga... o coração acelerando... pensamentos certos... as conseqüências do querer... tudo vai... tudo volta... os “porquês”... os “para quês”... e para que serve o pensamento se não para enlouquecer... assim que acontece... a igualdade... a liberdade... coisas importantes... coisas que não valem a pena... são tantas coisas... para que pensar tanto? Calei-me. Calou-se. O resto é nada.

O Lapso

Ps.: Ser eu, sempre!

SUCESSO

30 de abril de 2009

Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos. Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:

"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo".
E ela responde:
"Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como Homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia:
"seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito"
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia:
É preferível o erro à omissão.O fracasso, ao tédio.O escândalo, ao vazio.
Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e, caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.
Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.

Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso.


Nizan Guanaes

(Achei interessante postar isso aqui. - O Lapso)

Por harmonia

23 de abril de 2009

Senti vontade de escrever. Rabisquei meia dúzia de palavras. Tentei conectá-las. Mendiguei por rimas como quem experimenta pela primeira vez entregar-se à poesia. Senti-me inapta, sem talento para o ofício de narrar. Arrisquei um punhado de versos. E aqui estão eles, significando um pouco a foto.

Quis uma história bela
Que não trajasse dor,
Que trouxesse as cores da aquarela
E a poesia que só há no amor.

Quis que houvesse ritmo,
Que a métrica dispensasse,
Que fosse o que há de mais íntimo:
Aquilo que qualquer um jamais pensasse.

Quis falar de mim,
Sem egoísmos de outrora.
Quis dizer-te “sim”
Antes de ter havido chegado nossa hora.

Quis dizer que estive silente.
Posto que és tu minha melhor inspiração.
Enquanto tu te fizeste ausente,
Ecoava em meus versos o vazio da escuridão.

Se aceito a ti com veemência,
Não é por falta de lembrança.
Trago, é claro, a dolorosa experiência
Mas não hei de ceder à insegurança.
E àqueles que apostam na demência,
Ofereço o sorriso largo de esperança.

Eis que cada verso teve único desejo
Confessar a ti minha sina:
Pouco importa tudo que solfejo,
Sou, Homem, tua menina.

Ioh

Meu Jardim

20 de abril de 2009

Composição: Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

A diferença que incomoda

19 de abril de 2009

Querendo ou não tem alguma coisa diferente e eu posso sentir isso a todo instante. Está me incomodando. O fato é que não gosto da situação e tenho ciúmes. Me faz inferior. Tenho medo do que posso pensar. Tenho medo de mim mesmo. Tenho medo do que pode vir de mim através do diferente e para o diferente. Não posso pensar nisso. Controle. Censura.
Será que a diferença esta em mim apenas e eu ainda não percebi? (pensando...) Não sei se isso é possível ou pelo menos me recuso a reconhecer até então. Espero que esteja.

Desejo o melhor.

O Lapso

Um desabafo pessoal

17 de abril de 2009

Não pretendo mentir nem jogar. Não pretendo escrever tudo e ao final esperar que algo se resolva. O máximo que pode acontecer é meu ponto de vista não ser compatível com o do(a) leitor(a). Até o final desse texto espero ter sido sincero comigo, porque é simplesmente o meu desabafo, o meu pessoal para quem quiser entender ou desentender de vez. Acredito que o passo ao reconhecimento já foi dado e não adianta mais fingir, seria minha pior regressão. Tento parecer forte, me fazer forte e acreditar sempre nisso para lutar. Sei que não adianta entrar numa luta se achando fraco, achando que tudo já está perdido mesmo lutando. Mas em algum momento ficamos fracos, provavelmente no final de cada luta perdida. Para mim, acredito que até as ganhas me enfraquecem a cabeça e o coração, porque não gosto de entrar em conflito, mas é tão necessário quanto o bater do coração. Para alguns é difícil acreditar nessas palavras que irei escrever, apenas digo que não pareço nada, absolutamente nada, com o que qualquer um tem como minha imagem e julga me conhecer. Sou muito mais do que um mero julgamento precipitado, muito mais que palavras ditas por mim e passo cada dia da minha vida tentando me conhecer melhor. Mas uma coisa eu devo contar, mesmo que seja julgado de forma errada e mesmo que seja entendido da forma errada, e na verdade é para isso que eu estou aqui, sentado, numa noite de sexta feira, pensando e relembrando alguns fatos vividos recentemente. Antes de qualquer coisa, preciso começar e fazer o mais difícil desse texto, assumir de uma vez para todos: Amei incondicionalmente, amor não correspondido, amor sonhado e não vivido. Fico feliz em assumir isso e o peso das minhas costas desapareceu ou pelo menos diminuiu, fico feliz em saber que não sou uma pedra e sou capaz de me fazer cheio, capaz de sonhar verdadeiramente, ao contrario do que muitas pessoas acreditam fazer. Não me importava com nada além do mundo que criei para mim e que tentei compartilhar com um mundo diferente e alheio, era doce sonhar e o meu maior vicio. Fui ignorado, diria até que desprezado, alguns diriam até que manipulado em um jogo que eu nunca quis jogar, mas conhecia a regra e mesmo assim ignorei porque não impunha condições a nada, passaram por cima de mim e eu simplesmente ignorei tal fato, e nenhuma palavra dita me convenceu do contrário. Os fatos são mais coloridos do que as palavras em preto e branco. Qualquer justificativa dada me parecia com mais uma "desculpa de pernas curtíssimas". Fui peça em um jogo ridículo. Mas e daí?! O mundo, no inicio, era meu e apenas meu. Isso para mim era fácil de entender. A minha felicidade era plena e era possível ver a lua através dos meus olhos, que reluziam no início. Dor, decepção e raiva ainda não se juntavam ao orgulho próprio. Aprendi que o mundo não era apenas meu, mesmo que em construção, e que poderia ser destruído. Foi o que aconteceu: o imprevisto por mim que tanto acreditei em algo concreto, que tanto sonhei. Diante da queda(diga-se rasteira), procurei me levantar e pensei que tinha encontrado uma solução para meus problemas sem solução: o tempo. Descobri que foi mais um erro banal acreditar no tempo. Descobri que meses viram pó ao vento. Queria apenas me sentir seguro uma vez e poder confiar em alguém. Tenho pena de quem não tem pulso para a vida, de quem enxerga pela metade e acredita mesmo estar vivendo quando apenas acha que sofre, acha que se machuca, enfim, acha que vive, acha que tudo é o contrário do que realmente é, acha que a monotonia é razão de viver, acha que o comodismo é forma sublime de vida. Fiz questão de ser sempre porto seguro e nunca encontrei o meu, meu coração sempre foi demais pra mim, porem não conseguia ser meu porto seguro. Dei-me outra chance porque queria acreditar mesmo não acreditando mais, mesmo estando tão inseguro. Sabia dos riscos e por isso segui em frente com mais um sonho. Fui mais condicional, mais medido e começou a surgir em mim princípio de medo (medo que não faz parte de mim). Novamente aconteceu o não tão imprevisto e muito mais previsto. Menos dor, menos decepção e mais raiva, dessa vez junto veio o orgulho. Aprendi que prever as coisas é melhor para o coração e pior para a cabeça. A cabeça é mais cruel que o coração e consegue sobreviver. De qualquer forma “menos” ainda não significa um “não”. A ferida apenas aumentou e se fez presente em todo corpo que já não tinha mais sangue. Permitindo que seja vista por mim (e por todos) sempre que tentava pensar de outra forma. Consegui um bloqueio, consegui parar de sonhar, consegui ser quem não sou, consegui ser aquilo que mais criticava e repudiava e só percebi isso quando me vi fazendo o pior, tarde demais. Me arrependi do que disse e das atitudes que tomei em estado irreconhecível. Nada mais sincero do que as desculpas, nada mais verdadeiro do que as palavras, nada mais angustiante do que o sentimento temporário de culpa, mesmo sabendo que no fundo era apenas uma gota de culpa diante de um oceano. Consegui ficar em paz comigo. De sentir novamente, apesar de estar tão indiferente. De voltar a ter meus tão prezados sonhos. Sonhei novamente. Isso bastou para uma faísca de felicidade. Me ofereceram algo que não foi suficiente para o que já vivi, me ofereceram o que eu já conhecia como o pior e nunca fico contente com o pouco se sei que posso ter mais. A minha tolerância já não é a mesma do inicio e isso é fácil de explicar, mas não me cabe fazer isso. Agora respiro fundo para chegar ao final do meu texto e provavelmente lê-lo mais umas 10 vezes no minimo. Não posso prever o futuro, mas não quero mais deixar de sonhar, deixar de agir com o coração e deixar de sentir. Quero ser eu e quero ter ao meu lado pessoas que realmente gostam de mim. É!! Tenho que admitir isso: Tudo valeu a pena e faria tudo novamente porque pesando tudo, eu vivi! Hoje, fazem de mim a indiferença que sou mas nunca quis ser. Apenas me fiz espelho e consigo refletir tudo. Me fiz tristeza para apenas um olhar dentre todos os que vejo. A criança que sou e que um dia pensei em não ser mais voltou com toda a força possível, porque crianças se dão bem. Só quero deitar na rede e esperar que alguém a balance, para que possa sentir o conforto de um carinho legitimo, quero oferecer meu carinho e esperar que seja recebido com vontade legitima. Quero um amor e nunca deixarei de amar. O coração é mais do que eu pensei. Ufa!! Cansei de pensar, fico por aqui.

"Amar significa sofrer, não amar significa morrer."


O Lapso

A calma que antecede a tormenta

21 de março de 2009

Que graça teria se todos nos fossemos iguais? Cada pessoa possui uma característica peculiar, seja no seu modo de ser, agir ou pensar. É essa diferença que faz cada um de nos ser especial, que faz com que eu respeite o próximo e que eu tente entender outros pontos de vista que não apenas o meu, que faz com que minha tolerância se estenda além da minha vontade para com os conceitos e princípios alheios que se diferem do meu e mais, tolerância que se estende, também, para os defeitos mais diversos. É admitir a existência do bem e do mal, e aprender a conviver com isso. Para tudo existe um limite, o que não significa que não é possível ultrapassá-lo, e como não poderia ser diferente, para toda paciência, tolerância e conivência existe uma razão de existir, como também uma razão de existir um limite. Limite que se aproxima da descrença, da decepção e porque não da raiva. Talvez um caminho sem volta para aqueles indiferentes. O perigo de ser indiferente é exatamente este, não poder voltar a ser diferente, porque pode já ter ultrapassado o limite. A pergunta que deve ser feita é: Até onde vai o nosso limite? Particularmente o meu vai além do que eu pensava, mas ainda assim tem um ponto final, porque é minha vontade que define e o quanto posso conviver com o diferente tão indiferente do meu ser, agir e pensar. Não posso criar um mundo ou uma realidade paralela para enganar ninguém, até porque para isso eu teria que me enganar primeiro. Não posso acreditar apenas nas minhas palavras e esquecer que as palavras dos outros também tem valor. Dou valor a tudo que merece, a tudo que se faz valor, valor provado e não inventado ou apenas pensado ou planejado. Por isso que sinto um cheiro suave em minhas mãos e vejo sangue morto em outras mãos. É isso que me faz ficar tranqüilo em certo lapso, e não apenas algo inventado e dosado. Essas doses (seja do que for) eu deixo para aqueles que acreditam que a sua verdade é verdade para tudo e todos.

Gostaria de ser mimado pelo ar de uma brisa e ter sempre tudo a minha disposição. Ahhh! Que sonho! Sem responsabilidades, deveres ou qualquer coisa parecida. Sem planos. Que irônico falar em planos, me faz pensar na transparência que a vontade cria e estraga qualquer desculpa. Eu quero voltar a ser criança. Ser ingenuo, extremo e intenso ao mesmo tempo.

O Lapso

O Tempo

7 de janeiro de 2009

É comum quando estamos sozinhos pararmos para pensar no que estamos vivendo, no caminho que estamos seguindo e as decisões que somos forçados a tomar. É engraçada a forma como isso acontece, deixamos os pensamentos correrem na nossa frente e muitos deles acabam tropeçando e ficando pelo caminho, outros acabam simplesmente sendo esquecidos e apenas alguns são realmente levados em consideração e a eles é dada a devida importância, perdurando, assim, em nossa imaginação. Notável um elemento presente em todos esses momentos, em todos esses lapsos: O Tempo. Para alguns o melhor amigo e para outros o inimigo mais cruel. Para mim, apenas o desconhecido, irmão do Futuro. Não há como prever e nem como escapar dele. Alguns dizem que o tempo cura tudo, que o tempo é a solução de todos os problemas. Definitivamente o tempo não cura nada e nunca foi solução! Cria apenas a ilusão do completo esquecimento. Ilusão anestésica, diga-se de passagem, serve apenas como paliativo. Tolos são aqueles que pensam e acreditam que o tempo é seu aliado. Ele não tem lado, não tem preferência, é imprevisível. Então o que realmente vale? O que efetivamente gera efeito diante disso tudo? O que devemos buscar para solucionar nossos medos, aflições, dores, limites, enfim, nossos problemas? Antes de qualquer coisa: Vontade. Não um simples querer, não uma simples farsa escancarada que alguns realmente acham que podem chamar de vontade. Apenas a mais límpida vontade, aquela que transcende a qualquer problema. É dessa forma que a vida deve ser vivida. Cheia de vontades, de desejos, de sonhos, de objetivos, que devemos incorporar como se fosse um traje, que devemos tomar conta. São essas vontades que acabam, como foi dito, perdurando em nossa imaginação, que acabam servindo de base. Sem base não podemos pular para o novo, porque nunca teremos força para isso. O novo, apesar de novo, é esperança do melhor.


O Lapso


(Para iniciar o ano 200inove!)