Perdição

31 de dezembro de 2012



Não sei se me vejo em você ou percebo um pouco de você em mim, há uma confusão de identidades ou apenas uma confusão. De todo modo, consigo entender melhor o passado vivendo o presente.
Sinto na pele a pressão que um dia você sentiu, não tenho palavras para descrever a sensação que corrói meu ser, e como alhures já havia constatado, viver é difícil, mas não pouco difícil. Aprender a viver é tão difícil quanto ensinar o velhinho de barba mais branca que a neve, que sempre usou sua máquina datilográfica, a usar aquele computador cheio de novas funções e atalhos. Como saber se morango é morango sem nunca ter provado da fruta? Para ser mais claro, resta acreditar no desconhecido até conhecê-lo, dar-te um nome, e o nome dele todos sabem, mas nem todos conhecem. É fácil chamá-lo.
Eu me condeno, mesmo sendo caso à parte. Sou culpado, assumo. Assumo a minha culpa com toda minha coerência que usei um dia para condenar. Sinto-me desfigurado, desconcertado, aturdido ou qualquer outra palavra que possa definir minha perdição, desonra ou amoralidade.

O Lapso.