Desculpas

29 de janeiro de 2010

Me desculpa por tudo?
Me perdoa por ser assim?
por ser diferente
por não te amar
por não me me amar
Me perdoa por fazer você por mim se apaixonar?
Por querer demais
me empolgar com tudo e depois voltar atras...

Me perdoa por favor
Por fazer você se preocupar com minhas loucuras
E te chatiar, por te confundir e te amar
E por querer com tudo acabar?

Me desculpa pelas desculpas
É que é ridículo ninguém levar
a culpa por tudo como está
e se a culpa é de todos
porque ninguém pede desculpas?

Sempre erramos,
Seja eu , você ou ele
Então acho que vale a pena pedir desculpas
Pois mostra que você reconheceu o erro
Que pensou no que fez e que talvez ,
talvez vá mudar.

Rafaela N Franco

The last Tip

27 de janeiro de 2010

I chase suffering
I chase pain
It's almost as if I am addicted to it

It just takes me time to
Find someone who hates me
Or just can’t be with me
That I automatically fall in love with this person
How can this be fuking bloody possible?!

Guess what?
Maybe this is a signal
For me to understand
That I don’t belong here
I guess I never did

So I will be doing society a favor
By ending this all for once

If you may allow
I give this last tip

-Keep on dreaming
Is the best you can do
Life isn’t perfect
And so aren’t you.


Rafaela N Franco

Doce Veneno (parte II)

22 de janeiro de 2010


Ainda o amo
Nunca parei de amá-lo
Apesar de me intoxicar com seu veneno
Inúmeras vezes causando inúmeros machucados
Sangramento, cicatrizes, magoa, dores, rancores, trauma.
Cheguei inclusive bem perto do precipício da morte ao misturar
Seu veneno com outros psicoativos do cotidiano como
Insegurança, medo e autodestruição em doses elevadas e extremamente perigosas

E mesmo depois disso tudo
Ainda procuro esse veneno
Feito sob medida pra mim
O veneno puro, no qual sua essência
nobre me causa extremo desejo.
Busco por ele
Para assim mais uma vez saciar meu vício
Apenas inalando quem sabe o odor malicioso
Dessa poção corrosiva ao meu coração

Mas que estupidez
Todos sabem que depois da primeira tragada não a mais volta
o desejo por ele continua
sendo assim para saciar meu vício
obrigo-me a adotar genéricos
que ao longo do tempo já não conseguem nem mesmo
provocar efeito paliativo em mim.

Não consigo obter o mesmo efeito daquele veneno puro
Minha heroína particular
Só consigo me sentir plenamente felizes com doses e overdoses daquela porcaria tóxica
E o mais curioso é que em mais ninguém tal substância conseguem atingir o mesmo efeito
I don't believe that anybody
feels the way I do about you now (8)

Sou uma drogada, viciada, indolente
Burra, feia, teimosa e autodestrutiva…
- É, eu sei!

Mas eu sei que não adianta negar
Eu não consigo controlar
Meus vícios, meus sentimentos

A dor da ausência chega a ser infinitamente
Pior do que a dor da intoxicação
Em todas as opções sempre haverá dor
Isso eu sei é inevitável
E eu, como sempre, acabo vomitando/jorrando
Sentimentos, palavras, vida, dores
Tudo isso em um papel estúpido e impotente.

Posso ficar anestesiada
Com o efeito de remédio
Para conter grandes períodos
Da minha abstinência
Ficar no “mode” automático, sem vida
Por meses, dias ou horas...
Ou posso sangrar jorrar e
Metralhar palavras, euforia, tensão, indigestão...
Gritando de dor, mas ao menos sentindo que estou viva.

E mesmo todos esses efeitos de abstinencia
não são piores
Do que ficar sem me drogar

Apesar de toda essa minha loucura
Existe é claro uma pontada inconsciente
De que em algum ponto ou dia
O veneno que eu produzo Seja capaz de
Neutralizar o veneno no qual sou/venha à me
torne viciada
E assim quem sabe formar um antídoto
Para minha dor.
Essa seria uma das minhas soluções utópicas
para todas essas drogas, para todo esse mundo.


Rafaela N Franco

Inquietude

18 de janeiro de 2010

Eu paro de pensar, perco o olhar e sinto que está faltando alguma coisa. Sei lá... um vazio dentro do peito, que teimar em aparecer de vez em quando. Não é dor. Não é tristeza. É como se eu tivesse perdido o meu caminho, e onde estou agora não consigo ver para onde ir. Não me sinto perdido apesar de estar, apenas não desejo ficar parado esperando algum milagre ou algum sonho mostrar, decifrar ou criar meus passos. Não deveria andar sozinho, mas assim é mais fácil e comodo por agora, mas sei que haverei de me juntar aos que caminham de mãos dadas. Talvez essa inquietude que se revela na impulsividade se acalme.

O Lapso

Esperança do Acerto

14 de janeiro de 2010

Se por um momento, um lapso ou pensamento você chegou a imaginar que tudo poderia ser diferente, que os erros não passariam de instrumentos de construção de algo solido, que a beleza de acreditar está, também, em olhar nos olhos sérios e enxergar através dos muros e proteções a verdadeira palavra que estava por vir, é porque na sua intimidade mais profunda e sincera ainda se mantinha a esperança.
Se sempre lutou, do seu jeito, para que as coisas fossem no caminho "certo", é porque acreditava no futuro. Se acreditava, permitia-se ser feliz.
Se sonhou durante todo esse tempo, é porque vive da esperança e das possibilidades infinitas, não se limita.
Bastava a semelhança do respeito para que tudo se alinhasse, mesmo que essa linha desse voltas, tivesse fim ou interrupções.
Basta uma palavra, um sorriso e tudo se acerta no desacerto. Uma gota de esperança.
Se há esperança, há conserto, há acerto e há viver.

O Lapso

Ps.: Se aprende mais com o erro do que com o acerto.

Herói

13 de janeiro de 2010

Durante o dia era uma pessoa normal como qualquer outra. Trabalhava para ter as suas necessidades atendidas, tendo que lidar com todo tipo de situação, e mesmo fazendo o seu trabalho com perfeição nunca havia recebido um aumento, almejava apenas o reconhecimento. Dava atenção a sua família e aos seus amigos, a presteza de ajudar e ser útil era uma tarefa árdua de se cumprir, e mesmo não sendo perfeito esperava gratidão. Se importava com sua mulher, procurava entender seus conflitos pessoais e passar a pouca confiança que conseguia reunir para conforta-la, e mesmo não sabendo como estava indo só queria estar com ela. Após o estudo, e consequentemente no seu tempo livre, tentava se divertir. Às vezes, boas horas de sono eram suficientes, quando não tinha algum filme ou programa marcado. À noite se transformava em um vigia das ruas. Sentia a obrigação de manter o mínimo de segurança no silêncio da escuridão. A curiosidade e a cautela lhe serviam como alimento a sobrevivência noturna, não era a prova de balas. Ao perceber qualquer tipo de anormalidade, não hesitava em corrigir. Ao final da noite esperava o beijo da mocinha que foi salva do delinquente pelo seu Herói puritano. Viveu toda sua vida nessa duplicidade.
Quando o papel se inverte, acredito no Herói que somos no nosso dia a dia. Não é necessário grandes feitos nem super poderes. Fazer uma pessoa sorrir, aguentar e saber lidar com o colega de trabalho problemático, ter paciência com os familiares, conviver com amigos de características diversas, ser simples e complexo, manter o yin e yang em harmonia, ver no olhar da sua mulher amada o brilho do seu olhar e entender que há um infinito dentro de ambos. Compreender que tudo é tão relativo, mesmo sabendo dos seus limites e parâmetros, e que a pequenez do ser humano é não saber mudar, evoluir, melhorar, se aprimorar, aprender...
Não tira férias e não desiste de "salvar" o seu mundo e as pessoas que estão nele. Esse é o meu Herói. É nele que tento me inspirar. Um entre milhões. Apenas um que segue suas próprias ideias e não deixa se influenciar pela palavra/opinião de outros. Tem a coragem e determinação para passar a sua mensagem de paz e amor.

O Lapso

Mais Corda

10 de janeiro de 2010

Alguém deu corda e o brinquedo saiu andando, cambaleando, para frente. Era um brinquedo pequeno, de uma simplicidade única e natural. Surrado de tanto (mau) uso pelo seu possuidor, e mesmo depois de tanto desgaste, ainda mantinha sua graça. Não tinha controle sob seus atos, e a direção que tomava dependia dos caminhos que lhe foram apresentados. Faltava a capacidade de construir, tinha problemas e defeitos como qualquer outro brinquedo, mas um dia foi presente embrulhado no papel grosso e sem cor, sem cartão de apresentação ou qualquer outra palavra inteligível. Pode proporcionar, ao menos, um momento agradável para alguém.
O barulho que ganhara com o tempo, ora inaudível a certos ouvidos, provinha da sua capacidade de sentir. Era um brinquedo, e suas engrenagens enferrujadas se encaixavam perfeitamente, permitindo a percepção de todo um conjunto mal avaliado. Seu valor, entretanto, era imensurável.
Adaptava-se a qualquer situação, assim procurava a felicidade até nas dobras da vida, e acreditava que a corda que o impulsionava não teria fim. Conseguia sorrir até depois de tombar. Um sorriso tímido, verdadeiro, que lhe enchia de esperança. Um brinquedo que incrivelmente não era brinquedo. Parecia a própria vida, mas com ela não se pode brincar, ainda que existam aqueles que são ousados e deixam a vida passar, deixam a pureza fugir e (....) secar. Pura ilusão. A loucura tem o seu limite. Era brinquedo independente por um momento, ilimitado.
Depois de dar corda, não importava a sua vontade. A sequência de acontecimentos era o que chamava de "seguir" e a força que lhe era necessária, era dada, também, sem a sua vontade e às vezes sem o seu conhecimento, enquanto a corda diminuía de tamanho. Repentinamente parou de andar.
Só precisava de mais um pouco de corda. Precisava da sua vida.

O Lapso

O Medo da Coragem

8 de janeiro de 2010

O medo não era uma de suas características. Não fazia parte da sua vida, mas aprendeu que nem sempre é possível bater de cara com o chão, às vezes pode machucar. Vivia da coragem que tanto prezava, mas esta não deixou de fazer parte do seu cotidiano. Tudo que desejava e conseguia, tinha que ser com muita luta e coragem. Já era ingrediente básico para todas as receitas da sua vida.
Descobriu que não tinha qualquer medo, apenas o medo da coragem. Aquele que impulsiona nossas legitimas vontades. Estas que escapam dos pesos, dos julgamentos, da censura e consequentemente de todos os outros medos. Como diria um velho conhecido nosso: "foi sem querer, querendo.". É nesse não querer que nos enganamos. Enquanto aquela vontade legitima estiver viva e pulsante dentro de nós, tudo poderá escapar uma hora ou outra. Não tem jeito, foge ao controle. Não há como encenar vinte e quatro horas por dia, pior, não há como encenar na frente de um espelho.
Ele se preocupava com sua imagem borrada, se preocupava mas não queria assumir. Não sabia como consertar as coisas e nem sabia se tinha conserto. Entendeu que nenhuma condição deve ser cumprida e que não existe receita pronta para a felicidade, tudo se constrói no momento das escolhas, no momento em que rabiscamos alguma coisa em um pedaço de papel, mesmo que este não esteja mais em branco. Entendeu que o ponto final não lhe cabe, porque sua vida ainda não chegou ao fim.

O Lapso

Mergulho

6 de janeiro de 2010

Basta um sorriso de felicidade. Então tudo que era impossível tornou-se possível. As cores se avivaram e permitiram aquela sensação de surpresa. Como se o branco da neve torna-se o cinza da nuvem mais bonito. Mas era o mesmo cinza de sempre.
Naquele dia a piscina lhe chamava. Nem era o melhor dia para um banho, fazia muito frio e a noite passada arrancou algumas folhas, que agora descansavam na superfície cristalina, quase espelhada. A vontade do banho era maior do que o frio que sentira e mesmo sabendo das consequências que poderiam surgir, como alguma moléstia grave, após o banho, tinha certeza que ali repousava a sua felicidade. Adorava como a água preenchia todo o espaço a sua volta. Sem pressa e ignorando todos as pessoas presentes na casa e no jardim que cuidava com tanto carinho, vestiu seu traje e pensou: então darei meu mergulho sorrindo.
Claro que antes de mergulhar, teve que ouvir todo o tipo de indignação e mais, teria de vencer seu medo de se afogar e criar coragem para pular, ali estava o ultimo segundo antes da sua decisão. Queria alguém para lhe empurrar e então tudo seria mais fácil.
Sabia que em algum lugar, alguém havia de pensar como ele. Louco como ele e só assim feliz com ele. Sabia que o mergulho é essencial para se viver uma grande loucura.

O Lapso

Ler, reler, reler, reler...

5 de janeiro de 2010

Eu que sempre achei lindo e desafiador interpretar as palavras, dando vida aos seus significados dentro do contexto em que estão inseridas, descobrindo infinitas possibilidades e os mistérios que estão por trás delas, às vezes necessito ser preciso, quase cirúrgico e muito limitado. Uma palavra errada muda o sentido de toda a frase. Uma frase errada muda todo o texto. O texto errado induz o leitor a outra interpretação não querida. Como se não bastasse a quantidade de fatores que podem induzir o leitor a uma interpretação diferente. O leitor é livre para interpretar da maneira que desejar, mas e quando queremos que o leitor sinta o que sentimos quando estamos escrevendo aquelas palavras? Dá um arrepio só de pensar em conseguir tal proeza.
Eu que já li uma única frase varias vezes só para poder entender todos os seus significados, e ainda assim não pude decifrá-la. Com o passar do tempo, percebo que o verdadeiro escritor é aquele que não deixa rastros do “ser”, fazendo com que o leitor imagine-o perfeitamente sem o conhecer. Devo dizer que ler reiteradamente não é defeito, ao contrário, até o que está claro pode ser lido novamente até que encontremos o sentido que queremos (ai está o defeito). Então cada novo texto pode ser tornar um novo vicio.
É por isso que anseio por textos que falem por si só ou por alguém me ajude a ler para poder entender, ao menos, a intenção do autor. Eu só sei ler alguns gestos e estou literalmente sem coragem para ser eu mesmo (esta me foi arrancada com o tempo). Continuarei lendo e acreditando nos sonhos...

O Lapso