É Tempo.

30 de março de 2012


Peguei um livro qualquer para ler, era de um autor novo no mercado, folheei com delicadeza cada página, lendo algumas frases aleatoriamente, até chegar na última linha, então tive a falsa sensação de que tinha lido o livro por completo, e que já conhecia cada vírgula que ele tinha a me apresentar.
A verdade é que deixei o livro sobre a mesa e acreditei naquela falsa sensação, e sempre que olhava para ele lembrava das frases marcantes que foram lidas. Em resumo, era o melhor livro que eu já tinha lido até então.
Mal sabia que o livro tinha suas entrelinhas. Entrelinhas que traduziam o inacreditável. Mas o instinto estava inflamado, escolhi descobrir seus segredos, para só então chamá-lo de o melhor. Acontece que nem sempre a boa leitura durante as muitas páginas intrigantes do meio se traduz num belo final, ao contrário, o final é sempre das reviravoltas inescrupulosas e inacreditáveis.
É tempo de acreditar. É hora da verdade.

O lapso.

Jogo Sujo - Erasmo Carlos

13 de março de 2012


Com a dama escondida na manga
O mundo me chamou pra jogar
Vítima de tal esperteza
Pus a vida na mesa e resolvi jogar
Apostei no risco
Paguei e não vi
Morri na praia
E além de morrer, sofri
Mas se da vida nada se leva
Restava ainda um sonho pulsante
Chamei a dama do baralho
Fiz dela o meu atalho
E minha carta amante
Não quis nem saber
E a vida arrisquei
Pra mim o que importa
Foi a dama que eu ganhei
Todo jogo que se preza
De alegria ou de dor
Só vale se ele for honesto
Com o seu jogador
Se na selva o pássaro canta
Jamais vai ser porque ele voa
E sim porque se sente livre
Pro jogo do amor
Mas se ele perde
Pro seu predador
Feliz ele foi
Pelo menos enquanto jogou

Perder e Ganhar.

7 de março de 2012

Perdi as contas de quantas vezes peguei o celular e apenas olhei para ele esperando que tocasse e dissesse aquele nome que tanto me acostumei a dizer e ouvir. Das vezes que abri aquelas últimas mensagens, li e reli para achar alguma vírgula mal interpretada. Das vezes que parei por um momento e me vi pensando no que poderia estar fazendo naquele exato momento. Perdi as contas das vezes que imaginei o futuro daqui a uma semana. E no final das contas, eu apenas perdi mas nada mudou.
Espero um dia poder ganhar. Ganhar aquele sentimento saudosista e lembrar de um tudo bom. De ganhar o poder de esquecer de um tudo ruim. Enfim, de ganhar todo o resto que porventura tenha perdido.

O Lapso.

Stopmotion.


Foram usados 12 mil pedaços de papel.
Créditos: achei na net.

O Lapso.

Novela.

Tanta coisa ainda para ser dita e ao mesmo tempo tantos motivos para não se dizer mais nada. É como se tivesse um livro para escrever e ao final não fosse publicado pela sua falta de valor. É mais uma história escrita em meus pensamentos e que lá permanecerá intacta.
Por mais que desejem, ninguém está preparado para ouvir verdades, apenas meias verdades em tom de brincadeira. É por isso que as novelas fazem tanto sucesso, mexem com o imaginário das pessoas que estão sedentas por emoções artificiais. Mas não é isso que quero dizer, e se disse foi apenas para justificar qualquer título que poderia colocar nesse texto.
A única coisa que eu já esperava e pelos motivos que eu já esperava. Um espetáculo anunciado em uma crítica que não se deu ao trabalho de colocar "spoilers".

O Lapso.

Joga para cima.

5 de março de 2012

Se todos os planos não deram certo, se todos os caminhos foram interrompidos, se tudo se tratou de mero erro/acerto e as repercussões mexeram tanto nas feridas, que tal jogar tudo para cima e deixar de tomar decisões? Bem verdade que seria totalmente paradoxal, mas apenas uma decisão para colocar de vez os pontos onde eles deveriam estar.
Ah! Deixa rolar, deixa viver e ver no que dá. O que não dá é apenas olhar e ver se um dia vai dar.

O Lapso.

(Re)nasce!

3 de março de 2012

- Vai!
- Não consigo!
- Por que não?
- Tenho medo do mundo lá fora. Tenho receio de ser rejeitada, não me acharem bonita demais como todas as outras iguais e morrer de depressão numa eterna solidão.
- Foi isso que te contaram que iria acontecer?
- Sim.
- E o que mais te disseram?
- Só isso.
- Te disseram que lá fora brilha um lindo e amarelo sol? Que cada brisa tem um aroma diferente de cada campo florido? Te disseram que você pode ser livre ao ver um pequeno animal lhe sobrevoar com a magnitude da pedra mais valiosa que você já viu?
- Não, mas... vale a pena arriscar?
- Não sei. Eu nunca pude sentir nada disso, também só ouvi falar. Só você tem essa chance.
- (profundo silêncio)
- Vai!
- Me abraça então!

Assim a pequena e única gota fez da semente uma linda flor.

O Lapso.