Defeitos.

24 de dezembro de 2013

Assim o dicionário define: imperfeição física ou moral; inconveniente. Achei interessante essa última definição, pois tinha em mente apenas a objetividade científica da primeira definição e a subjetividade social da segunda, mas quando vi "inconveniente" não pude parar de pensar nisso. Cheguei à conclusão, mais que óbvia, de que tudo não desejado, mesmo que não tenha defeitos definidos ou indefinidos, aparentes ou escondidos, aceitáveis ou inaceitáveis, será sempre defeituoso, nunca foi querido, até querermos o contrário, então serão mil qualidades que saltam aos olhos incrédulos, um descoberta de algo que sempre estivera ali. Veja como a coisa pode mudar rapidamente quando apenas mudamos de opinião ou abrimos os olhos!
Diante disso, resta dizer que o defeito de um pode ser a mesma qualidade de outro, seja físico ou moral. O que decide isso é a vontade daquele que observa. Até ai tudo bem, mas porque alguns defeitos são considerados mais "defeituosos" do que outros? Hummmm. Senso comum?! Parece que fizemos doutorado em apontar o defeito alheio, de julgar o problema particular do outro, subjugar a simpatia da exceção moral, transformar o defeito físico em algo mais grave que o defeito moral, como se todos nascêssemos com saúde perfeita e assim perdurasse pelo resto da vida.
As qualidades? Pra quê? A única coisa que devemos pensar é o paradoxo que já atormentava Machado de Assis: "Por que coxa, se bonita? Por que bonita, se coxa?". E vamos negando o quanto pudermos que somos assim, só mudam os adjetivos.

O Lapso.

Constatações.

9 de dezembro de 2013

Faço dos livros o meu refúgio. Das pessoas, estou cansado delas, de ver como todas são iguais e como não se reconhecem dessa forma, mesmo observando a tentativa inútil de se diferenciar, sem muito sucesso, apenas algumas máscaras ou capas que servem meramente como adorno. No cerne, somos todos mentirosos dissimulados sem razão para tanto. É um puritanismo sem fim, uma hipocrisia nem tão velada, um enjoo dos mesmos jogos de palavras e das mesmas situações. Não ando por aí defendendo bandeiras aviltantemente, sei que no fim não serei tão coerente com meu próprio agir e com certeza não perceberei o quão ridículo estarei sendo, então retorno para o meu refúgio onde posso encontrar os mais diversos personagens, lá posso julga-los sem culpa, imagina-los da maneira que eu desejar, mesmo tendo as suas características descritas detalhadamente por autores não menos humanos, enfim, eu sou o leitor.

O Lapso