Covardia.

16 de agosto de 2014

Que Gandhi era um sábio além do seu tempo ninguém pode duvidar, ao contrário, cada vez mais que conheço seus ensinamentos e seus pensamentos valiosos me deparo com sua busca pelo autoconhecimento. Ontem, nas andanças pela rede, li uma frase que supostamente é dele: "o medo tem alguma utilidade, mas a covardia não". Fiquei um bom tempo pensando nela.
Primeiro pensei no medo e em como ele é necessário e natural em nossas vidas. O medo nos faz refletir, nos impulsiona, nos faz recuar e, principalmente, nos faz sobreviver, enfim, nos faz sentir vivos e como ser vivo existimos. A covardia por sua fez já denota ausência, implica na impossibilidade de viver de forma plena, sem qualquer sectarismo ou,  sendo mais justo, sem qualquer "seccionismo". A covardia é o avesso da vida, é a existência pela metade.
A pessoa que tem medo admite, sem desculpas, mas está sempre em busca da superação, do amadurecimento e até, se levarmos em conta o social, o melhor para a comunidade, o bem comum da felicidade. A covardia, ao contrário do que disparam, não reflete o medo, mas apenas ausência de qualquer coisa, seja ela coragem, ética, moral, enfim... geralmente anda junto com o egoísmo, apesar de serem coisas completamente distintas, mas a pessoa covarde pensa em si e acredita veementemente estar pensar no próximo.
Já dizia Confúcio em seus analectos: "ver o que está certo e não fazê-lo é covardia". É assim que tudo se perde, e vão se perdendo aos poucos, pois hoje nada é concreto e tudo é efêmero. Uma tristeza, uma facada no meu velho ser.

O Lapso.