Relapso

11 de junho de 2009

Meu erro reincide. Deve ser a minha mania de tentar encontrar algo bom nas pessoas, de tentar transformar, de querer ver tudo com outros olhos e não ser cego, mania que para alguns é teimosia. Mania infeliz. Eu sei, não houve erros dessa vez, houve apenas o erro. A presunção de que minha vontade seria superior ao meu desejo, de que minhas barreiras seriam tão fortes que não se rendessem a uma "palavra censurada". Se eu pudesse colocar a culpa em algo, faria sem pestanejar. Seria muito mais fácil dizer que a culpa é do outro ou que a culpa é "da bebida" ou até dizer "eu não queria". Como sempre tenho que reconhecer. Como sempre pedirei ajuda a qualquer anjo que tenha uma boa intenção e que possa me abençoar, me salvar. O pior é saber que eu consegui ser natural. Isso me corta o peito e dilacera tudo o que venho tentando construir. No fundo, realmente acredito que foi apenas um relapso. Acredito que tudo volta ao meu normal. Mas tenho pena daqueles que conseguem apenas fingir acreditar, um estranha lástima dos que vivem rastejando, cheio de veneno, sedentos por compaixão. Que irônico! Nem todas as barreiras caíram, ainda sobrou algumas que me fizeram perceber o quanto é fácil poder "palavra censurada". O que me resta agora é reconstruir todas as minhas barreiras o mais rápido possível e ir além, criando tantas outras. Estranhamente não é a mesma coisa. Acredito que minhas palavras valeram para mim. Mesmo assim continuo sendo um sonhador e continuo com minhas loucuras, erros e acertos. Continuo querendo o bem e fazendo o bem. Nunca o contrário. O peito sempre aberto, esperança.

A pergunta que fico me fazendo a cada segundo: "O que foi que eu fiz?"
A resposta que me dou a todos os segundos após: "Foi um passo em falso num caminho de pequenas pedrinhas..."
Quem diria que mesmo depois de tudo seria tão dificil me reconhecer!? E mesmo assim não conseguiu. Mesmo assim... o coração ainda é coração. Ainda bate, mesmo sabendo que deveria parar.

O Lapso

Considerações Sobre o amor

7 de junho de 2009

Salvador , Bahia- Brasil Abril- Junho 2009

Chapter 1
Considerações Sobre o amor


( Foto: Camacan- Bahia Ricardo M R Franco F)

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Cada colisão de pensamentos (diferenças*) causa fragmentos, que podem gerar pequenos estragos em todo o universo. O que determinará as conseqüências dessa colisão será o amor, não em sua amplitude e extensão, mas em sua capacidade de absorver a diferença, de perdoar, de ceder e de aprender com o outro.

O problema das diferenças é que a visão desse belo evento é apenas uma percepção parcial, obstruída pelo brilho de muitas estrelas (valores, sentimentos, preceitos e opiniões capazes de te ofuscar), planetas (incapacidade de ver através dos olhos do outro) e cometas (a pressa do tempo na finidade do dia). Porém, se você fechar os olhos e sentir com muita sabedoria descobrirá a existência de um rastro de energia que ecoa no meio de tanta informação. Perceberá, então, que esse eco é a magoa, frustração, carência e decepções criadas no outro espectador, por um ato ou pior, não ato (eco quase que imperceptível). É verdade que nem sempre esse eco está sob controle ou é fruto da sua culpa, mesmo assim você deve zelar pelo seu amor.

Ao mesmo tempo perceberá que uma rosa não é feita só de espinhos. Nos ecos ocultos desse universo também existe paixão, felicidade, força, coragem e encanto. Mesmo que ocultos na solidão do meu planeta sem você. A beleza e o fascínio pelo amado são como o reflexo da paisagem na margem de um lago. Mostram que a verdadeira beleza, ao mesmo tempo que transcende qualquer sensação, não ultrapassa o espelho d’água. O amor tem a capacidade única de aflorar o melhor, muitas vezes oculto em nossos corações. Ele traz esperança, te da força para lutar, da à mão quando você está prestes a desistir por tão pouco.
O amor também é capaz de modificar nossos sentidos e embriagar nossas idéias, de tal modo que cria raízes cada vez mais profundas. A sinceridade é elemento fundamental no amor, pois ele também é cumplicidade e confiança.


O amor é uma colisão de realidades que nasce involuntariamente e de repente já tomou conta de você. Não precisa ser real para ser amor, pode ser sublime como as idéias. Platônico em outros casos. Ele existe sem mesmo ser notado pelo ser amado, detentor de tamanha admiração. Assim como nasce intenso também pode se apagar em um instante. É como a morte de uma estrela, toda aquela expansão de euforia, felicidade e entusiasmo que de repente implodem sobre sua alma levando a um vazio, um buraco que parece não ter fim.

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Para essa colisão é necessário uma centelha especial, uma mágica, capaz de atrair mundos tão diferentes, tão únicos. Você encontra centenas de pessoas bonitas, simpáticas, inteligentes, extrovertidas, tímidas, engraçadas, porém, quantas delas são capazes de tocas seu coração com apenas um olhar ou um sorriso , e nada mais.

Muitas pessoas passaram por nossa vida como cometas, brilham intensamente e desaparecem no infinito, outras ,independente da distancia física, estão presentes a tal ponto que fazem parte de nossas galáxias . Como é galáxia, o amor, não tem fronteiras (está sempre em expansão), desconhece distância, ri do tempo, e continua com sua luz mesmo após o desaparecimento de suas estrelas.

* Diferenças, tantas, quem te disse que duas gotas d’água são iguais? Cada uma toca o solo carregada dos resíduos que acumulou em sua trajetória pelos céus. As gotas de uma chuva forte que tocam simultaneamente minha alma... Que se fosse escrita numa bela metáfora seria: “Como o chão tocado simultaneamente por diversas gotas num dia de chuva forte”. Mundo dos sentidos mundos das idéias.

Obs: A intensa utilização de parênteses é proposital, representa que cada idéia esta ligada a varias outras, como uma tempestade de idéias que tocam simultaneamente a alma e a consciência. Outra característica desse texto e minha, é a analogia, creio que ela permita transmitir idéias repletas de um significado mais intenso, repleto de sensação. Tenho tantas idéias, tantas, porém, demorei tanto a contribuir com esse blog. Estranho talvez, pois quero ser lembrado por minhas idéias, pelo que sou diferente dos outros, pelas características que me individualizam na primeira pessoa do singular. Talvez necessita-se apenas lançar as idéias num formato cruel que é um texto, cruel pois o “eu autor” (eu lírico) não pode interagir e mostrar o verdadeiro sentimento contido em cada palavra. Surge dessa forma um gap, suficiente para interpretações, que podem ser tão diferentes do seu significado idealizado. Talvez o sentido integral só seja alcançado do meu ângulo. (Cada Indivíduo sente mundo sob seu ângulo...mas, isso ai já é assunto pra outro post...Rs =] )

Ame sempre, ame muito, ame quem você quiser...

Ricardo Monteiro da Rocha Franco Filho




Você é os brinquedos que brincou, as gírias que
Usava, os segredos que guardou, você é sua
praia preferida, você é o renascido depois do
acidente que escapou, aquele amor atordoado
que viveu, a conversa séria que teve um dia com
seu pai, você é o que você lembra.
Juliana Gatts


Toda manhã na África, um antílope acorda e
levanta. Ele sabe que deve correr mais rápido
que o leão ou será morto. Todo dia na África,
um leão acorda e levanta. Ele sabe que deve
correr mais rápido que o antílope mais lento, ou
ele ficará faminto. Então, não importa se você é
antilope ou leão – amanheceu, comece a correr.
Provérbio Africano

Ferias

2 de junho de 2009



Tirei uma folga temporária da minha vida. Retorno ao normal quando parecer normal. Enquanto isso vou pelo caminho já criado, seguindo a rota. Não irei mais postar nada aqui que eu reconheça desconhecido.(não se assustem, leiam até o final), não quero mais falar disso. Morri. Renascerei. Já consigo ver o novo porque agora tenho base. Falta só o pulo (o mais dificil para quem está acostumado a ficar sentado, a dizer e não fazer e a tentar parecer, não ver o chão e pisar nas pontas dos pés). Para quem esperava mais um jogo com as palavras, tenho que sentir em dizer que não haverá mais, por agora. Somente vou indo pela madrugada, acordando de vez em quando para beber água. Já vai dar 6 horas. Vou virar zumbi e pensar alto a essa hora para tentar acordar alguém. Quem sabe um irmão gêmeo para compartilhar dos meus pensamentos e conhecer minhas angústias, perceber a complexidade das minhas idéias que parecem ser simples, e não me dou ao trabalho de explicar. Por que alguns pensamentos insistem em atormentar minha escrita? Por que continuo em resposta ao invés de partir às perguntas? Quem sabe um momento de silêncio seria o ideal. Vamos tentar. "Tô aqui pra tentar a vida. Vida bandida, matuta."

O Lapso