Ela achava. Ele tinha certezas.

30 de agosto de 2009

Ela achava que ele era infantil. Mas era ela quem estava ali terminando pela 2ª vez pelo motivo mais infantil.
Ele acreditava que ela era mimada. Apenas teve a certeza disso.
Ela achava que ele era inseguro. Mas era ela quem estava ali mostrando toda a sua insegurança.
Ele era inseguro. Apenas viu que tinha razão em ser inseguro.
Ela achava que ele pesava demais as coisas. Mas era ela quem estava ali colocando e sentindo o peso nas suas costas.
Ele não queria mais sofrer. Mas ela não se importou com isso.
Ela achava que não era capaz de conseguir. Mas conseguiu terminar pela 2ª vez.
Ele tentava entender. Mas ela já entendia tudo (errado).
Ela achava que ele não conhecia ela. Mas ele já sabia o que iria acontecer naquele dia.
Ele, novamente, abriu sua ferida. Mas ela não é mais vitima (e sabe disso).
Ela achava que ela dava mais uma chance. Mas era ele quem dava.
Ele acreditava que ela poderia mudar. Mas ela nunca quis mudar.
Ela achava que tudo seria tranquilo. Mas nada nunca é tranquilo.
Ele acreditava que poderia resolver os problemas. Mas ela sempre fugiu deles.
Ela achava que ele estaria a disposição dela para todo o sempre. Ela vai descobrir que não.
Ele não mentiu para ela. Mas ela nunca acreditou nele.
Ela achava que os outros estavam errados ao dizer que ela complicava. Ele ficou em silencio.
Ele era feliz com ela. Mas ela nunca era feliz com ele.
Ela achava que tudo voltaria ao normal e que os dois seriam bons amigos. Ele já tinha a certeza que não.
Ele sabia que as mudanças iriam vir. Ela nunca viu isso.
Ela achava que os riscos estariam ali a vista das suas decisões. Mas ele sabia que era mais do que isso.
Ele deixou seu coração no chão da porta da casa dela com o mais breve adeus e chorou. Ela...

Ela achava.
Ele tinha certezas.

O Lapso

Ps.: O Blog e este escritor que vos escreve entra de férias forçadas até segunda ordem devido a motivos óbvios.

Um só desejo.

20 de agosto de 2009


Um olhar pode significar mais do que o quê se vê. Um sorriso pode significar mais do que a alegria. Um lágrima pode significar mais do que a tristeza. Um gesto pode significar mais do que um movimento. Como tudo isso pode significar menos do que o quê realmente é. Mas as palavras, ditas e principalmente não ditas, são precisas. Elas não podem significar, elas de fato significam. É essa certeza que eu procuro. São elas que respondem a todas as minhas interrogações. São elas que dão fim as minhas dúvidas. São elas que satisfazem a minha necessidade de desenvolver inúmeros pensamentos silenciosos. Existem pessoas que sabem lidar com as palavras, outras sabem lidar com pessoas, eu não sei lidar com nada disso. Tenho medo das palavras, principalmente das minhas. Tenho medo das pessoas, principalmente eu. Tenho medo da minha vontade silenciosa e da falsa calma que passo e principalmente da falsa satisfação. Medindo todas as palavras para não me sentir culpado. Palavras não convencem uma mudança repentina. Palavras para o passado já é o passado. Palavras para o presente não se faz presente. Palavras para o futuro serão criadas. Palavras que constroem devem ser almejadas. Palavras que de fato dizem o que é para ser dito, principalmente se verdadeiras e sem um segundo proposito. Não as palavras que não me satisfazem, as não ditas principalmente, e as que se escondem. Muito insatisfeito. Desejo a palavra compreensão. É o que eu desejo.

O Lapso

Vontade

13 de agosto de 2009

"Vontade dá. E passa. Controlar o grito, apertar a felicidade, conter a raiva é difícil, mas não é impossível. Ás vezes, somos obrigados a nos colocar em segundo plano. Aturar a vontade dos outros, tolerar aquilo que não é prioridade pra a gente. O desejo de fazer, de ser, de ter nem sempre podemos mostrar, porque simplesmente invade a vontade do outro. É verdade que pode ser bom, experimentar da vontade do outro. Se permitir enxergar sob outra perspectiva, pode até dá inspiração, pode fazer a gente aprender um bocado, pode livrar-nos de vários preconceitos e mitos. Mas não dá pra ser assim o tempo inteiro. Uma hora o grito escapole, a felicidade derrama e a raiva extrapola, chega uma hora que fica difícil demais, perto demais do impossível e é preciso demonstrar. Vai ter que ficar importante, em algum momento, a nossa vontade também e ela finalmente vai ser possível. Uma hora a gente vai querer que os outros nos aturem também."

Créditos pelo texto para uma autora que, por uma questão de privacidade, não colocarei o nome dela aqui. Praticamente furtei o texto sem o seu conhecimento. Peço desculpas desde já.

Fica então o meu elogio ao texto que, hoje, me foi muito pertinente. Muito bom!
Ps.: Ainda arquitetando, porém sem muito tempo.

Caixinha

5 de agosto de 2009

Tirei a nota de 20 da carteira para pagar o almoço. A figura do mico foi ficando cada vez mais distante em outras mãos. Na volta recebo um punhado de moedas de diversos valores. Mais tarde tiro outra nota da carteira, dessa vez uma onça foge rapidamente do meu campo de visão e na volta, para a minha não surpresa, retornam mais um punhado de moedas. Segunda,terça, quarta, quinta, sexta, sabado e o domingo. O que fazer com tantas moedas? Guardo todas elas. Coloco dentro da minha caixinha e cada vez que a pego nas duas mãos para pesa-la e percebo o aumento da minha força para segura-la, fico mais alegre. Fico alegre porque é dinheiro e todo dia o peso aumenta. Um dia a caixinha vai encher e não vai caber mais nenhuma moeda, e todas as que estavam guardadas vão voltar a ser uma onça ou outro animal impresso, vou trocar por uma nota e gasta-la novamente. Gosto de fazer analogias. Hoje pensei, assim como ontem. O pensamento de ontem foi para a caixinha. O de hoje também. Essa minha caixinha já não estava vazia. Há muito tempo eu já colocava pensamentos nela. Bem verdade que passei um bom tempo com a caixinha guardada. Achei que já não cabia mais nada, mas não consegui fazer a troca. Pensamentos não é o tipo de coisa que se joga fora. Não escoa. Já gastava muito de mim para segura-la. Muito peso para apenas duas mãos suportar. Descobri que mesmo a caixinha sendo pequena e ter apenas uma saida, é possível otimizar o espaço organizando os pensamentos nos seus devidos lugares, de preferencia nos cantinhos e na penumbra. Foi o que eu fiz. Consegui mais espaço. Foi só conseguir mais espaço que consegui mais pensamentos para colocar naquela caixinha. Percebi também que o peso não mudou, muito pelo contrário, apenas continua aumentando. E quando realmente encher? Não estou falando de moedas. São pensamentos. Pensamentos ruins porque os bons não precisam ser guardados, sem valor algum, porem com um fundo de verdade. Pensamentos que me deixam triste, mas que guardo para sentir o peso deles. Guardo só para mim, na minha caixinha, uma coisa só minha que de vez em quando eu deixo escapar. Para me lembrar sempre que eles existem e que ocupam espaço. Assim como conto as moedas para saber por quanto vou trocar, mergulho nesses pensamentos para tirar alguma coisa deles, mesmo que no final não saia nada. As vezes eu consigo extrair alguma coisa que preenche minha cabeça. Sou o meu proprio trocador e troco apenas o que quero. Como diria alguns: "É aquilo mesmo, e não muda nada!". Não muda nada. Um dia eu vou deixar de guardar moedas e não vou avisar ao trocador. "Sóu passatempo".

O Lapso

Metamorfose

2 de agosto de 2009

Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Muita coisa mudando. Estou tentando lidar com tudo da melhor maneira que é possível para mim. Chega uma hora que temos que definir um foco, seguir uma linha de raciocíonio e buscar uma motivação legítima, a minha própria. Estou nesse processo de busca. Atrás vejo mais uma etapa sendo concluída, sem modéstia, com devido louvor. Cresci e aprendi muita coisa, melhor, conheci muita coisa. Não acredito poder falar em evolução, algo diferente disso, algo como um passo para isso. Fico feliz.

...

Mais uma particularidade, ainda sem muitas conclusões, me faz ser pensamento. Icognita. Mas essa, passou rapidamente a não ser prioridade. Tem sua importância sim, obviamente, mas pode esperar um pouco para ganhar um pedaço dos meus momentos diversos. Algo que me deixa triste. Talvez seja por isso que estou fugindo.

O Lapso