Tá Combinado.

24 de dezembro de 2011


Então tá combinado, é quase nada
É tudo somente sexo e amizade.
Não tem nenhum engano nem mistério.
É tudo só brincadeira e verdade.
Podemos ver o mundo juntos,
Sermos dois e sermos muitos,
Nos sabermos sós sem estarmos sós.
Abrirmos a cabeça
Para que afinal floresça
O mais que humano em nós.
Então tá tudo dito e é tão bonito
E eu acredito num claro futuro
de música, ternura e aventura
Pro equilibrista em cima do muro.
Mas e se o amor pra nós chegar,
De nós, de algum lugar
Com todo o seu tenebroso esplendor?
Mas e se o amor já está,
se há muito tempo que chegou
E só nos enganou?
Então não fale nada, apague a estrada
Que seu caminhar já desenhou
Porque toda razão, toda palavra
Vale nada quando chega o amor...

Hamlet.

18 de dezembro de 2011

Sua reação lhe condenou desde o princípio, e a culpa lhe preecheu por completo, empalideceria naquele instante se isto lhe fosse possível. Todo o seu poder agora estava sendo posto em xeque e nem o seu mais desesperado ato de moral seria capaz de reverter a sucessão de acontecimentos que estariam por vir. Assim, não lhe restou opção senão a perfídia, que já lhe acometera uma vez como uma doença contagiosa. O resto é silêncio.
Uma das suas melhores obras, Shakespeare consegue dizer que nada é bom ou mau, a não ser por força dos pensamentos e dos sentimentos de cada um. Todas as pessoas sentem e pensam, portanto, percebem as coisas de maneiras diferentes, não havendo que se falar em uma verdade absoluta, e sim em verdades relativas sobre as coisas. A obra por si só já é um ensinamento completo para uma vida.
Acredito que a palavra certa para tudo isso é hesitação, prelúdio de uma tormenta maior que pode ou não chegar.

O Lapso.

Unifacs e as Catracas

16 de dezembro de 2011


Prezados Graduandos,

Um fato muito interessante chamou minha atenção essa semana, num processo continuo desconstrução da nossa Universidade em uma "Uniesquina", as catracas. Não quero influenciar ninguém com a minha opinião, um mero contra ponto a valores associados à suposta "segurança". A lembrança desse objeto relembra a idéia de cinema, teatro ou uma ambiente mais com características mais cênica e de humor... a única semelhança entre tais lugares é o ticket. O Direito chamaria esse papel representativo de direito de um título de crédito impróprio, meramente comprobatório e de legitimação como a passagem de ônibus (Tomaste 2009, p. 56). Sendo um pouco saudosista acrescentei a esse e-mail o tema do vestibular da FUVEST 2005 - A Catracalização, muito interessante a memória... rs. Sendo assim, realizarei minha única pergunta: Quem vai zelar pela segurança dos alunos do outro lado da calçada ou nas ruas escuras do rio vermelho e os outros campi dessa Instituição de Ensino Superior? Se o fundamento é segurança vamos lutar por uma integral, sem a participação de "agentes públicos de segurança a paisana". Quem possuir maiores informações para esclarecer esse fato e corrigir qualquer distúrbio da minha análise sinta-se livre para responder.

Acrescento que já conquistei o meu ticket para tão tão distante, portanto, essa discussão é de vocês.


Referência -
TOMAZETTE, Marlon. Curso de Direito Empresarial: Títulos de Crédito. 1º São Paulo: Editora Atlas, 2009. 2 v.

Leitura Complementar -

FUVEST 2005
Considere os textos abaixo:
"Catraca invisível" ocupa lugar de estátua
Sem que ninguém saiba como - e muito menos o por quê - uma
catraca enferrujada foi colocada em cima de um pedestal no largo
do Arouche (centro de São Paulo). É o "monumento à catraca
invisível", informa uma placa preta com moldura e
letras douradas, colocada abaixo do objeto, onde
ainda se lê: "Programa para a descatracalização da
vida, Julho de 2004".
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 04 de setembro de 2004)

[Catraca = borboleta: dispositivo geralmente formado por três ou quatro barras ou alças giratórias, que impede a passagem de mais de uma pessoa de cada vez, instalado na entrada e/ou saída de ônibus, estações, estádios etc. para ordenar e controlar o movimento de pessoas, contá-las etc.]

Grupo assume autoria da "catraca invisível"
Um grupo artístico chamado "Contra Filé" assumiu a responsabilidade pela colocação de uma catraca enferrujada no largo do Arouche (região central). A intervenção elevou a catraca ao status de monumento "à descatracalização da vida" e fez parte de um programa apresentado no Sesc da Avenida Paulista, paralelamente ao Fórum das Cidades.
No site do Sesc, o grupo afirma que a catraca representa um objeto de controle "biopolítico" do capital e do governo sobre os cidadãos.
(Adaptado de Folha de S. Paulo, 09 de setembro de 2004)

Atenciosamente

Ricardo Franco

Impressões pessoais #9: Vitimização ou não?

14 de dezembro de 2011

Acredito que este seja o penultimo texto do ano de 2011, então vou polemizar tudo.
Política de cotas para negros afrodescendentes e indígenas, reconhecimento da união homoafetiva e o projeto de lei 122 (O projeto criminaliza preconceito de sexo, gênero e orientação sexual; a indução à violência contra heterossexuais e homossexuais por causa de sua condição; a discriminação no trabalho, na prestação de serviço público ou no atendimento em bares e restaurantes, por exemplo.).
A pergunta que eu faço sempre é quem ganha e quem perde. Será que é apenas um ou dois políticos querendo destaque para garantir uma reeleição? Será mesmo fruto da luta social travada pela garantia de mais direitos?
Ações que criam níveis diferentes de preconceito ou vantagens a minorias, na minha opinião, respeitando as demais, acabam por segregar mais ainda uma coisa que já sofre um histórico conturbado. Não é admissível que uma pessoa seja mais preconceituoso por odiar um negro do que um homossexual ou um idoso ou deficiente físico.
Os mais radicais virão dizer que temos que corrigir a nossa história e que a sociedade deve arcar com esse ônus, então a sociedade que teremos no futuro há de arcar com esse erro também. Nada mais do que uma bola de neve se agigantando.
O que eu realmente gostaria de deixar claro é que a realidade, mesmo com toda e qualquer ação, ainda continua hipócrita, e a gente só percebe isso quando vemos situações cotidianas que nos fazem pensar no porque das coisas. Além disso, não devemos confundir gosto com preconceito, e o exemplo que mais se adequa aqui é o hetero dizer que sua opção é hetero. A vitimização já está tão presente que este discurso já se torna suficiente para acusá-lo de preconceituoso. Pensem nisso.

O Lapso.

Cisma.

2 de dezembro de 2011

Acho que a ficha ainda não caiu, mas não demora a cair. Talvez por ter sido uma coisa tão bela em toda sua extensão e tão menos dramática em seu fim, quase a paz de uma reconciliação, em que pese todo fim ser triste por natureza, suas razões e consequências são complexas demais para serem estigmatizadas.
Uma leveza extraordinária se instaurou e tomou conta de mim depois de todo um processo intrínseco, mas a certeza de alguma coisa faz falta como nunca fez! Isso porque dizem (aqui não estou incluso) que as certezas são pesos desnecessários ( aqui justifico que minha crença não precisa de seguidores, basta que um só acredite). A verdade é que sem os pesos fico completamente perdido, obtendo problemas ou dificuldades onde não existe, essa é minha cisma.
O talvez de uma evolução natural ou uma descrença na possibilidade de um sucesso futuro já tenha sido motivo suficiente para uma privação sensorial capaz de atordoar-me. Um misto de felicidade e tristeza se fazem presentes, tornando qualquer coisa nula. Nulo.

O Lapso