Considerações Sobre o amor

7 de junho de 2009

Salvador , Bahia- Brasil Abril- Junho 2009

Chapter 1
Considerações Sobre o amor


( Foto: Camacan- Bahia Ricardo M R Franco F)

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Cada colisão de pensamentos (diferenças*) causa fragmentos, que podem gerar pequenos estragos em todo o universo. O que determinará as conseqüências dessa colisão será o amor, não em sua amplitude e extensão, mas em sua capacidade de absorver a diferença, de perdoar, de ceder e de aprender com o outro.

O problema das diferenças é que a visão desse belo evento é apenas uma percepção parcial, obstruída pelo brilho de muitas estrelas (valores, sentimentos, preceitos e opiniões capazes de te ofuscar), planetas (incapacidade de ver através dos olhos do outro) e cometas (a pressa do tempo na finidade do dia). Porém, se você fechar os olhos e sentir com muita sabedoria descobrirá a existência de um rastro de energia que ecoa no meio de tanta informação. Perceberá, então, que esse eco é a magoa, frustração, carência e decepções criadas no outro espectador, por um ato ou pior, não ato (eco quase que imperceptível). É verdade que nem sempre esse eco está sob controle ou é fruto da sua culpa, mesmo assim você deve zelar pelo seu amor.

Ao mesmo tempo perceberá que uma rosa não é feita só de espinhos. Nos ecos ocultos desse universo também existe paixão, felicidade, força, coragem e encanto. Mesmo que ocultos na solidão do meu planeta sem você. A beleza e o fascínio pelo amado são como o reflexo da paisagem na margem de um lago. Mostram que a verdadeira beleza, ao mesmo tempo que transcende qualquer sensação, não ultrapassa o espelho d’água. O amor tem a capacidade única de aflorar o melhor, muitas vezes oculto em nossos corações. Ele traz esperança, te da força para lutar, da à mão quando você está prestes a desistir por tão pouco.
O amor também é capaz de modificar nossos sentidos e embriagar nossas idéias, de tal modo que cria raízes cada vez mais profundas. A sinceridade é elemento fundamental no amor, pois ele também é cumplicidade e confiança.


O amor é uma colisão de realidades que nasce involuntariamente e de repente já tomou conta de você. Não precisa ser real para ser amor, pode ser sublime como as idéias. Platônico em outros casos. Ele existe sem mesmo ser notado pelo ser amado, detentor de tamanha admiração. Assim como nasce intenso também pode se apagar em um instante. É como a morte de uma estrela, toda aquela expansão de euforia, felicidade e entusiasmo que de repente implodem sobre sua alma levando a um vazio, um buraco que parece não ter fim.

Amar é uma colisão de universos, para não dizer mundos. Para essa colisão é necessário uma centelha especial, uma mágica, capaz de atrair mundos tão diferentes, tão únicos. Você encontra centenas de pessoas bonitas, simpáticas, inteligentes, extrovertidas, tímidas, engraçadas, porém, quantas delas são capazes de tocas seu coração com apenas um olhar ou um sorriso , e nada mais.

Muitas pessoas passaram por nossa vida como cometas, brilham intensamente e desaparecem no infinito, outras ,independente da distancia física, estão presentes a tal ponto que fazem parte de nossas galáxias . Como é galáxia, o amor, não tem fronteiras (está sempre em expansão), desconhece distância, ri do tempo, e continua com sua luz mesmo após o desaparecimento de suas estrelas.

* Diferenças, tantas, quem te disse que duas gotas d’água são iguais? Cada uma toca o solo carregada dos resíduos que acumulou em sua trajetória pelos céus. As gotas de uma chuva forte que tocam simultaneamente minha alma... Que se fosse escrita numa bela metáfora seria: “Como o chão tocado simultaneamente por diversas gotas num dia de chuva forte”. Mundo dos sentidos mundos das idéias.

Obs: A intensa utilização de parênteses é proposital, representa que cada idéia esta ligada a varias outras, como uma tempestade de idéias que tocam simultaneamente a alma e a consciência. Outra característica desse texto e minha, é a analogia, creio que ela permita transmitir idéias repletas de um significado mais intenso, repleto de sensação. Tenho tantas idéias, tantas, porém, demorei tanto a contribuir com esse blog. Estranho talvez, pois quero ser lembrado por minhas idéias, pelo que sou diferente dos outros, pelas características que me individualizam na primeira pessoa do singular. Talvez necessita-se apenas lançar as idéias num formato cruel que é um texto, cruel pois o “eu autor” (eu lírico) não pode interagir e mostrar o verdadeiro sentimento contido em cada palavra. Surge dessa forma um gap, suficiente para interpretações, que podem ser tão diferentes do seu significado idealizado. Talvez o sentido integral só seja alcançado do meu ângulo. (Cada Indivíduo sente mundo sob seu ângulo...mas, isso ai já é assunto pra outro post...Rs =] )

Ame sempre, ame muito, ame quem você quiser...

Ricardo Monteiro da Rocha Franco Filho




Você é os brinquedos que brincou, as gírias que
Usava, os segredos que guardou, você é sua
praia preferida, você é o renascido depois do
acidente que escapou, aquele amor atordoado
que viveu, a conversa séria que teve um dia com
seu pai, você é o que você lembra.
Juliana Gatts


Toda manhã na África, um antílope acorda e
levanta. Ele sabe que deve correr mais rápido
que o leão ou será morto. Todo dia na África,
um leão acorda e levanta. Ele sabe que deve
correr mais rápido que o antílope mais lento, ou
ele ficará faminto. Então, não importa se você é
antilope ou leão – amanheceu, comece a correr.
Provérbio Africano

Ferias

2 de junho de 2009



Tirei uma folga temporária da minha vida. Retorno ao normal quando parecer normal. Enquanto isso vou pelo caminho já criado, seguindo a rota. Não irei mais postar nada aqui que eu reconheça desconhecido.(não se assustem, leiam até o final), não quero mais falar disso. Morri. Renascerei. Já consigo ver o novo porque agora tenho base. Falta só o pulo (o mais dificil para quem está acostumado a ficar sentado, a dizer e não fazer e a tentar parecer, não ver o chão e pisar nas pontas dos pés). Para quem esperava mais um jogo com as palavras, tenho que sentir em dizer que não haverá mais, por agora. Somente vou indo pela madrugada, acordando de vez em quando para beber água. Já vai dar 6 horas. Vou virar zumbi e pensar alto a essa hora para tentar acordar alguém. Quem sabe um irmão gêmeo para compartilhar dos meus pensamentos e conhecer minhas angústias, perceber a complexidade das minhas idéias que parecem ser simples, e não me dou ao trabalho de explicar. Por que alguns pensamentos insistem em atormentar minha escrita? Por que continuo em resposta ao invés de partir às perguntas? Quem sabe um momento de silêncio seria o ideal. Vamos tentar. "Tô aqui pra tentar a vida. Vida bandida, matuta."

O Lapso

Xadrez

28 de maio de 2009

Ninguém fala explicitamente das suas fraquezas, e se assim o faz, é num entrelace de pensamentos, pretensões de uma expectativa futura. Não há o que dizer, ou você "quer parecer" ou você é. Então o avesso do avesso se torna apenas o avesso. As teses defendidas arduamente e com toda convicção de uma inocente criança se tornam palavras em um frágil papel, estranhamente amassado, e deixado de lado. Invariavelmente tudo soa como uma espécie de plano, muito bem arquitetado, e nunca faltou arte para isso. Por que me sobra a vontade de acreditar e me falta a realidade. Por que transborda e escoa, mas ainda assim é limpo. Por que sei e consigo ser o que quero ser. Por que os olhos são dois e milhões.


"Usar a Torre como peão definitivamente não é a melhor estratégia. A intocável Rainha esqueceu que, por uma razão, o Rei está do seu lado. O seu propósito é protegê-lo. Desta forma, em seu angustiante conflito com o Cavalo fantasma, deixou a sua missão de lado. Erro grave e quem sabe imperdoável. Aquele era apenas uma distração e veio preparado para se-lo enquanto o Bispo tinha a sua frente, desprotegido, o maior de todos. Pronto para cumprir sua ultima ordem. Ainda não é tarde, mas já houve um xeque-mate silencioso diante de um olhar. Não é tarde para um novo jogo e uma nova estratégia. Nunca será tarde*."

O Lapso

Identidade!

27 de maio de 2009



Não me julguem sem antes me conhecer, posso parecer previsível, mas se é isso que a minha imagem transmite então realmente nada em mim conseguirá entender... Sua visão limitada ignora o que há de mais importante no mundo, o implícito.

O olhar de nada irá te servir, sua cegueira na alma já não tem mais jeito e te fez me perder. Queria que tivesse outro modo de consertar e curar toda a dor a qual me fez sentir. Por que teve que ser assim?

Não sei se sou eu, se é o mundo, ou é apenas você. A insensibilidade da minha parte não irá melhorar nada, por isso reabro a ferida e me exponho mais uma vez à sua mira.
-Não atire. - lhe suplico...
Mas o poder está em suas mão, deleguei a ti minha última chance. A vida e a morte são parte desse jogo, porém, o objetivo é a felicidade ...

Rafaela N. Franco


*Demorei para fazer a primeira postagem mas acho que de agora em diante não será tão difícil continuar a expressar minha visão e minhas idéias. Me dêem uma chance para começar a falar e garanto que vou lhes cansar de tanto opinar ;)

Um Brilho...

25 de maio de 2009

Lembro daqueles programas de TV que mostram em alguns segundos o desabrochar de uma flor. Se vivesse em um mundo diferente e alguém me contasse que isso era possível, imediatamente o chamaria de louco: "Como pode algo tão lindo, algo que nenhum homem seria capaz de acompanhar, acontecer em poucos segundos?". Sim, a espera seria uma eternidade (ainda mais para aqueles que não tem paciência). Não seria possível parar no inicio e pular para o final. Toda mudança, toda evolução é valida e deve ser observada, apreciada. O quão bom seria se isso acontecesse em uma fração de segundos e a eternidade se transformaria em um bom piscar de olhos. Aconchegante até. Da memoria se extrai o inicio e o resto fica a cargo da percepção. ... sempre para melhor ... Minha testa, ora franzida, volta ao descanso. É na frente do espelho que finalmente encontro a diferença. Não é um espelho qualquer. A diferença é o normal. Nesse momento consigo formar na minha cabeça a minha própria imagem, sim, sorrindo, com uma especie de aura crescendo a minha volta a cada percepção de mudança, ganho. Um brilho mal polido.

O Lapso

Apenas gotas...

8 de maio de 2009

Gotas... um monte delas. Chuva. O que significa para mim? Nada de mais... apenas inicio do tédio, que perdurou durante uma semana e que ainda dura! O que significa para os outros? Impaciência no transito daqueles que ficaram horas parados no engarrafamento, medo daqueles que pensaram que poderiam perder seus carros ou serem assaltados, prejuízo daqueles que tiveram algo danificado ou que deixaram de ganhar, mas nada, absolutamente nada, se compara a angustia de ver sua casa despencando do barranco ou prestes a desabar por causa das rachaduras causadas por gotas... tão pequenas e insignificantes. O local em que você repousa das batalhas e das guerras diárias, o local que você tem certeza de que está seguro e pode baixar a guarda, o local da sua família, pra mim o local mais sagrado do que a própria igreja. Nada se compara a vida perdida daqueles que ficaram presos nos escombros ou daqueles que foram engolidos pela água. Assim como as gotas se unem para formar a chuva e dessa forma causar, junto com vários outros fatores, desastres e dor, nós podemos ser gotas para melhor. Deixo aqui a mensagem implícita para que cada um reflita no que pode ser melhor.

O Lapso

Calou-se

4 de maio de 2009

É assim... as palavras voam... a simulação de um pensamento... uma constante... pensamentos errados... vida passando... tempo acabando... o velho dia a dia... compromissos e afazeres... tudo do bom... tudo de bom... o transito da vida... um pouco de mentira... um pouco de verdade... nada a perder... tudo a ganhar... amar para sempre... odiar até o resto da vida... musica que toca os ouvidos... barulho sem igual... idéias e mais idéias... o poder do esquecimento... s saudades cortante... o friozinho na barriga... o coração acelerando... pensamentos certos... as conseqüências do querer... tudo vai... tudo volta... os “porquês”... os “para quês”... e para que serve o pensamento se não para enlouquecer... assim que acontece... a igualdade... a liberdade... coisas importantes... coisas que não valem a pena... são tantas coisas... para que pensar tanto? Calei-me. Calou-se. O resto é nada.

O Lapso

Ps.: Ser eu, sempre!

SUCESSO

30 de abril de 2009

Dizem que conselho só se dá a quem pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, estou tentado acreditar que tenho sua licença para dar alguns. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, aqui vão alguns, que julgo valiosos. Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo o coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser nem um grande bandido, nem um grande canalha. Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não o ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi construído antes, na alma. A propósito disso, lembro-me de uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse:

"Freira, eu não faria isso por dinheiro nenhum no mundo".
E ela responde:
"Eu também não, meu filho".

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar e realizar, tem trazido mais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: Pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada. Os pobres vivem como bichos e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chega a viver como Homem. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguassu.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia:
"seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito"
É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia:
É preferível o erro à omissão.O fracasso, ao tédio.O escândalo, ao vazio.
Porque já vi grandes livros e filmes sobre a tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso.
Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma evolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e, caminhar sempre com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use Rider, não dê férias a seus pés. Não se sente e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentarista do cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: eu não disse, eu sabia!
Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta de noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam.
Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

O Brasil, este país de malandros e espertos, da vantagem em tudo, tem muito que aprender com aqueles trouxas dos japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior megapotência do planeta, enquanto nós, os espertos, construímos uma das maiores impotências do trabalho.

Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão.

E isso se chama sucesso.


Nizan Guanaes

(Achei interessante postar isso aqui. - O Lapso)

Por harmonia

23 de abril de 2009

Senti vontade de escrever. Rabisquei meia dúzia de palavras. Tentei conectá-las. Mendiguei por rimas como quem experimenta pela primeira vez entregar-se à poesia. Senti-me inapta, sem talento para o ofício de narrar. Arrisquei um punhado de versos. E aqui estão eles, significando um pouco a foto.

Quis uma história bela
Que não trajasse dor,
Que trouxesse as cores da aquarela
E a poesia que só há no amor.

Quis que houvesse ritmo,
Que a métrica dispensasse,
Que fosse o que há de mais íntimo:
Aquilo que qualquer um jamais pensasse.

Quis falar de mim,
Sem egoísmos de outrora.
Quis dizer-te “sim”
Antes de ter havido chegado nossa hora.

Quis dizer que estive silente.
Posto que és tu minha melhor inspiração.
Enquanto tu te fizeste ausente,
Ecoava em meus versos o vazio da escuridão.

Se aceito a ti com veemência,
Não é por falta de lembrança.
Trago, é claro, a dolorosa experiência
Mas não hei de ceder à insegurança.
E àqueles que apostam na demência,
Ofereço o sorriso largo de esperança.

Eis que cada verso teve único desejo
Confessar a ti minha sina:
Pouco importa tudo que solfejo,
Sou, Homem, tua menina.

Ioh

Meu Jardim

20 de abril de 2009

Composição: Vander Lee

Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minhas fontes, meus favores
Tô regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores

Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa, minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho

Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

A diferença que incomoda

19 de abril de 2009

Querendo ou não tem alguma coisa diferente e eu posso sentir isso a todo instante. Está me incomodando. O fato é que não gosto da situação e tenho ciúmes. Me faz inferior. Tenho medo do que posso pensar. Tenho medo de mim mesmo. Tenho medo do que pode vir de mim através do diferente e para o diferente. Não posso pensar nisso. Controle. Censura.
Será que a diferença esta em mim apenas e eu ainda não percebi? (pensando...) Não sei se isso é possível ou pelo menos me recuso a reconhecer até então. Espero que esteja.

Desejo o melhor.

O Lapso

Um desabafo pessoal

17 de abril de 2009

Não pretendo mentir nem jogar. Não pretendo escrever tudo e ao final esperar que algo se resolva. O máximo que pode acontecer é meu ponto de vista não ser compatível com o do(a) leitor(a). Até o final desse texto espero ter sido sincero comigo, porque é simplesmente o meu desabafo, o meu pessoal para quem quiser entender ou desentender de vez. Acredito que o passo ao reconhecimento já foi dado e não adianta mais fingir, seria minha pior regressão. Tento parecer forte, me fazer forte e acreditar sempre nisso para lutar. Sei que não adianta entrar numa luta se achando fraco, achando que tudo já está perdido mesmo lutando. Mas em algum momento ficamos fracos, provavelmente no final de cada luta perdida. Para mim, acredito que até as ganhas me enfraquecem a cabeça e o coração, porque não gosto de entrar em conflito, mas é tão necessário quanto o bater do coração. Para alguns é difícil acreditar nessas palavras que irei escrever, apenas digo que não pareço nada, absolutamente nada, com o que qualquer um tem como minha imagem e julga me conhecer. Sou muito mais do que um mero julgamento precipitado, muito mais que palavras ditas por mim e passo cada dia da minha vida tentando me conhecer melhor. Mas uma coisa eu devo contar, mesmo que seja julgado de forma errada e mesmo que seja entendido da forma errada, e na verdade é para isso que eu estou aqui, sentado, numa noite de sexta feira, pensando e relembrando alguns fatos vividos recentemente. Antes de qualquer coisa, preciso começar e fazer o mais difícil desse texto, assumir de uma vez para todos: Amei incondicionalmente, amor não correspondido, amor sonhado e não vivido. Fico feliz em assumir isso e o peso das minhas costas desapareceu ou pelo menos diminuiu, fico feliz em saber que não sou uma pedra e sou capaz de me fazer cheio, capaz de sonhar verdadeiramente, ao contrario do que muitas pessoas acreditam fazer. Não me importava com nada além do mundo que criei para mim e que tentei compartilhar com um mundo diferente e alheio, era doce sonhar e o meu maior vicio. Fui ignorado, diria até que desprezado, alguns diriam até que manipulado em um jogo que eu nunca quis jogar, mas conhecia a regra e mesmo assim ignorei porque não impunha condições a nada, passaram por cima de mim e eu simplesmente ignorei tal fato, e nenhuma palavra dita me convenceu do contrário. Os fatos são mais coloridos do que as palavras em preto e branco. Qualquer justificativa dada me parecia com mais uma "desculpa de pernas curtíssimas". Fui peça em um jogo ridículo. Mas e daí?! O mundo, no inicio, era meu e apenas meu. Isso para mim era fácil de entender. A minha felicidade era plena e era possível ver a lua através dos meus olhos, que reluziam no início. Dor, decepção e raiva ainda não se juntavam ao orgulho próprio. Aprendi que o mundo não era apenas meu, mesmo que em construção, e que poderia ser destruído. Foi o que aconteceu: o imprevisto por mim que tanto acreditei em algo concreto, que tanto sonhei. Diante da queda(diga-se rasteira), procurei me levantar e pensei que tinha encontrado uma solução para meus problemas sem solução: o tempo. Descobri que foi mais um erro banal acreditar no tempo. Descobri que meses viram pó ao vento. Queria apenas me sentir seguro uma vez e poder confiar em alguém. Tenho pena de quem não tem pulso para a vida, de quem enxerga pela metade e acredita mesmo estar vivendo quando apenas acha que sofre, acha que se machuca, enfim, acha que vive, acha que tudo é o contrário do que realmente é, acha que a monotonia é razão de viver, acha que o comodismo é forma sublime de vida. Fiz questão de ser sempre porto seguro e nunca encontrei o meu, meu coração sempre foi demais pra mim, porem não conseguia ser meu porto seguro. Dei-me outra chance porque queria acreditar mesmo não acreditando mais, mesmo estando tão inseguro. Sabia dos riscos e por isso segui em frente com mais um sonho. Fui mais condicional, mais medido e começou a surgir em mim princípio de medo (medo que não faz parte de mim). Novamente aconteceu o não tão imprevisto e muito mais previsto. Menos dor, menos decepção e mais raiva, dessa vez junto veio o orgulho. Aprendi que prever as coisas é melhor para o coração e pior para a cabeça. A cabeça é mais cruel que o coração e consegue sobreviver. De qualquer forma “menos” ainda não significa um “não”. A ferida apenas aumentou e se fez presente em todo corpo que já não tinha mais sangue. Permitindo que seja vista por mim (e por todos) sempre que tentava pensar de outra forma. Consegui um bloqueio, consegui parar de sonhar, consegui ser quem não sou, consegui ser aquilo que mais criticava e repudiava e só percebi isso quando me vi fazendo o pior, tarde demais. Me arrependi do que disse e das atitudes que tomei em estado irreconhecível. Nada mais sincero do que as desculpas, nada mais verdadeiro do que as palavras, nada mais angustiante do que o sentimento temporário de culpa, mesmo sabendo que no fundo era apenas uma gota de culpa diante de um oceano. Consegui ficar em paz comigo. De sentir novamente, apesar de estar tão indiferente. De voltar a ter meus tão prezados sonhos. Sonhei novamente. Isso bastou para uma faísca de felicidade. Me ofereceram algo que não foi suficiente para o que já vivi, me ofereceram o que eu já conhecia como o pior e nunca fico contente com o pouco se sei que posso ter mais. A minha tolerância já não é a mesma do inicio e isso é fácil de explicar, mas não me cabe fazer isso. Agora respiro fundo para chegar ao final do meu texto e provavelmente lê-lo mais umas 10 vezes no minimo. Não posso prever o futuro, mas não quero mais deixar de sonhar, deixar de agir com o coração e deixar de sentir. Quero ser eu e quero ter ao meu lado pessoas que realmente gostam de mim. É!! Tenho que admitir isso: Tudo valeu a pena e faria tudo novamente porque pesando tudo, eu vivi! Hoje, fazem de mim a indiferença que sou mas nunca quis ser. Apenas me fiz espelho e consigo refletir tudo. Me fiz tristeza para apenas um olhar dentre todos os que vejo. A criança que sou e que um dia pensei em não ser mais voltou com toda a força possível, porque crianças se dão bem. Só quero deitar na rede e esperar que alguém a balance, para que possa sentir o conforto de um carinho legitimo, quero oferecer meu carinho e esperar que seja recebido com vontade legitima. Quero um amor e nunca deixarei de amar. O coração é mais do que eu pensei. Ufa!! Cansei de pensar, fico por aqui.

"Amar significa sofrer, não amar significa morrer."


O Lapso

A calma que antecede a tormenta

21 de março de 2009

Que graça teria se todos nos fossemos iguais? Cada pessoa possui uma característica peculiar, seja no seu modo de ser, agir ou pensar. É essa diferença que faz cada um de nos ser especial, que faz com que eu respeite o próximo e que eu tente entender outros pontos de vista que não apenas o meu, que faz com que minha tolerância se estenda além da minha vontade para com os conceitos e princípios alheios que se diferem do meu e mais, tolerância que se estende, também, para os defeitos mais diversos. É admitir a existência do bem e do mal, e aprender a conviver com isso. Para tudo existe um limite, o que não significa que não é possível ultrapassá-lo, e como não poderia ser diferente, para toda paciência, tolerância e conivência existe uma razão de existir, como também uma razão de existir um limite. Limite que se aproxima da descrença, da decepção e porque não da raiva. Talvez um caminho sem volta para aqueles indiferentes. O perigo de ser indiferente é exatamente este, não poder voltar a ser diferente, porque pode já ter ultrapassado o limite. A pergunta que deve ser feita é: Até onde vai o nosso limite? Particularmente o meu vai além do que eu pensava, mas ainda assim tem um ponto final, porque é minha vontade que define e o quanto posso conviver com o diferente tão indiferente do meu ser, agir e pensar. Não posso criar um mundo ou uma realidade paralela para enganar ninguém, até porque para isso eu teria que me enganar primeiro. Não posso acreditar apenas nas minhas palavras e esquecer que as palavras dos outros também tem valor. Dou valor a tudo que merece, a tudo que se faz valor, valor provado e não inventado ou apenas pensado ou planejado. Por isso que sinto um cheiro suave em minhas mãos e vejo sangue morto em outras mãos. É isso que me faz ficar tranqüilo em certo lapso, e não apenas algo inventado e dosado. Essas doses (seja do que for) eu deixo para aqueles que acreditam que a sua verdade é verdade para tudo e todos.

Gostaria de ser mimado pelo ar de uma brisa e ter sempre tudo a minha disposição. Ahhh! Que sonho! Sem responsabilidades, deveres ou qualquer coisa parecida. Sem planos. Que irônico falar em planos, me faz pensar na transparência que a vontade cria e estraga qualquer desculpa. Eu quero voltar a ser criança. Ser ingenuo, extremo e intenso ao mesmo tempo.

O Lapso

O Tempo

7 de janeiro de 2009

É comum quando estamos sozinhos pararmos para pensar no que estamos vivendo, no caminho que estamos seguindo e as decisões que somos forçados a tomar. É engraçada a forma como isso acontece, deixamos os pensamentos correrem na nossa frente e muitos deles acabam tropeçando e ficando pelo caminho, outros acabam simplesmente sendo esquecidos e apenas alguns são realmente levados em consideração e a eles é dada a devida importância, perdurando, assim, em nossa imaginação. Notável um elemento presente em todos esses momentos, em todos esses lapsos: O Tempo. Para alguns o melhor amigo e para outros o inimigo mais cruel. Para mim, apenas o desconhecido, irmão do Futuro. Não há como prever e nem como escapar dele. Alguns dizem que o tempo cura tudo, que o tempo é a solução de todos os problemas. Definitivamente o tempo não cura nada e nunca foi solução! Cria apenas a ilusão do completo esquecimento. Ilusão anestésica, diga-se de passagem, serve apenas como paliativo. Tolos são aqueles que pensam e acreditam que o tempo é seu aliado. Ele não tem lado, não tem preferência, é imprevisível. Então o que realmente vale? O que efetivamente gera efeito diante disso tudo? O que devemos buscar para solucionar nossos medos, aflições, dores, limites, enfim, nossos problemas? Antes de qualquer coisa: Vontade. Não um simples querer, não uma simples farsa escancarada que alguns realmente acham que podem chamar de vontade. Apenas a mais límpida vontade, aquela que transcende a qualquer problema. É dessa forma que a vida deve ser vivida. Cheia de vontades, de desejos, de sonhos, de objetivos, que devemos incorporar como se fosse um traje, que devemos tomar conta. São essas vontades que acabam, como foi dito, perdurando em nossa imaginação, que acabam servindo de base. Sem base não podemos pular para o novo, porque nunca teremos força para isso. O novo, apesar de novo, é esperança do melhor.


O Lapso


(Para iniciar o ano 200inove!)

26 de dezembro de 2008

Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas e vida perdida nas mãos que oferecem apenas espinhos. Escolho não perder a vida!